Pelo menos quatro idosos desistiram de tomar a vacina contra a gripe na manhã desta quarta-feira, 10, início da 21ª Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza, na Unidade Básica de Saúde (UBS) que atende ao Centro e Vila Landinha, mais conhecida como Pavilhão da Saúde. Um dos primeiros a chegar ao local, o ex-servidor municipal Wenceslau Oliveira, deixou a UBS por volta de 8h30, reclamando da desorganização.
“Cheguei antes das 8h, para ver se conseguia vacina logo, mas até agora as salas de vacinação nem sequer foram organizadas”, vou deixar para outro dia”, disse.
Outro usuário, o aposentado Paulo Luís, também disse que foi ao local mais cedo pois esperava vacinar e ir resolver outros compromissos, mas até as 8h35 não tinha sido aberta a vacinação.
A reportagem dos sites vozdabarra.com.br e o contestado.com, procuraram o coordenador do setor e Vacinação, mas fomos informados de que ele não estava na unidade hoje,pois estaria fazendo um curso fora. Também procuramos o secretário municipal de Saúde, Ronan César, mas o telefone se encontrava fora de área ou desligado e não houve retorno até a publicação dessa matéria.
No local havia também cerca de 15 puérperas (mães que tiveram filhos há pouco tempo), buscando vacinação para si e para as crianças.
Um dos servidores do setor de Vacinação, Lula Coser, disse que o secretário teria determinado a formação de duas salas de vacinação na UBS Centro/Vila Landinha a partir de hoje, mas até as 8h45 o atendimento ainda não tinha começado e ninguém sabia informar o horário.
Na UBS do bairro Irmãos Fernandes, por volta de 8h, a sala de vacinação já estava pronta, mas, de acordo com uma funcionária, ainda não havia chegado ninguém para vacinar.
Público – Cerca de cinco mil pessoas, a maioria idosos, são o público alvo da campanha em Barra de São Francisco. O “Dia D” da vacinação está marcado para 4 de maio, em todo o país. O objetivo da campanha é reduzir as complicações, as internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da influenza na população alvo para a vacinação.
No município, a vacinação deverá ser descentralizada, a exemplo do ano passado, com vacinação em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Sede e dos distritos, evitando concentração de pessoas e filhas na UBS Centro/Vila Landinha.
Estado – No Espírito Santo, 1.036.563 pessoas estão entre o público-alvo da campanha, que tem como meta imunizar pelo menos 90% (932.907) do total, conforme estabelece o Ministério da Saúde. Para atender a essa necessidade, o Estado recebe um total de 1.130.100 doses da vacina do governo federal. As doses serão distribuídas para os municípios para que eles vacinem o público-alvo, ação que é realizada nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou conforme a estratégia de cada administração.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grillo, enfatiza que todos que fazem parte dos grupos prioritários da campanha devem receber a vacina para obter proteção contra a gripe e evitar possíveis complicações de saúde. Segundo ela, a gripe pode provocar hospitalização e morte principalmente entre os grupos de alto risco que não receberam a vacina.
Ainda de acordo com Danielle Grillo, as vacinas utilizadas pelo SUS nas campanhas nacionais de vacinação contra a influenza são trivalentes. Sua composição é estabelecida anualmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com base nas informações recebidas de laboratórios de referência sobre a prevalência das cepas circulantes. A recomendação sobre a composição da vacina ocorre no segundo semestre de cada ano, para atender às necessidades de proteção contra influenza no inverno do Hemisfério Sul.
No Brasil, a composição da vacina foi divulgada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na Resolução-RE Nº 2.714, de 4 de outubro de 2018 (publicada no DOU nº 193, de 5 de outubro de 2018). Vacinas influenza trivalentes a serem utilizadas no Brasil a partir de fevereiro de 2019 protegem contra três tipos de vírus: H1N1, H3N2 e um tipo de Influenza B.
Deve-se salientar que ocorreram duas mudanças em relação à vacina trivalente indicada para a temporada de 2019, as cepas H3N2 e B.
Público alvo
Pessoas com 60 anos ou mais de idade;
Crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 6 anos de idade (até 5 anos, 11 meses e 29 dias);
Gestantes;
Puérperas (até 45 dias após o parto);
Trabalhadores da Saúde;
Professores das escolas públicas e privadas;
Povos indígenas;
Portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais;
Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas;
População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional.
Sintomas da gripe
Os sintomas da gripe são agudos, ou seja, surgem de repente. A pessoa começa a se sentir mal, logo vem a dor de garganta, muita dor no corpo, febre alta prolongada e tosse. Muitos sintomas da gripe são semelhantes ao do resfriado, que também causa tosse e coriza, apesar do paciente não ficar tão prostrado e às vezes nem apresentar febre. Em alguns casos, a infecção pelo vírus influenza pode evoluir para um quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), em que o paciente apresenta sintomas gripais associados a uma forte dificuldade de respirar.
Para não haver dúvida nem correr risco, é importante buscar atendimento médico mesmo se os sintomas forem mais brandos. O médico é quem poderá, de forma segura, fazer o diagnóstico e determinar o tratamento.
Há situações em que pessoas relatam terem ficado gripadas depois de tomarem a vacina influenza, mas a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações explica que a vacina é composta de vírus inativado (morto e fragmentado), portanto, não provoca a doença. Pode acontecer, no entanto, de a pessoa ter tido contato com o vírus influenza poucos dias antes de ser vacinada ou antes de o corpo ter produzido a imunidade, por isso a doença se desenvolve no organismo mesmo com a aplicação da vacina. (Weber Andrade com Secom/ES)