O presidente Jair Bolsonaro disse, em live no Facebook nesta quinta-feira, 14, que pretende retirar as placas de carro do Mercosul de circulação. A declaração é exatamente o contrário do que foi dito por ele há um mês atrás. Por meio do Ministério da Infraestrutura, o governo admitiu que não só pretende manter o novo sistema de identificação dos veículos no Brasil, como ainda ampliar o seu uso e melhorar o nível de segurança das informações.
Ontem, ele mudou de ideia e disse o motivo: “Vamos, com o nosso ministro Tarcísio (Freitas, de Infraestrutura), ver se a gente consegue anular a placa (de trânsito) do Mercosul. É um constrangimento, uma despesa a mais”, afirmou.
Até o momento mais de um milhão de veículos no país circulam com a nova chapa. No Espírito Santo o Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran/ES), informou que mais de 100 mil veículos já circulam com a nova placa no Estado. No estado, 35 empresas estampadoras de placas estão aptas a realizar o serviço e outras estão em processo de credenciamento junto ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
A iniciativa do presidente da República encontra eco em grande parte dos proprietários de veículos de Barra de São Francisco. O corretor de imóveis Marcos Perez, é um dos que não gostaram das novas placas padrão Mercosul. Para ele, o novo modelo cria dificuldade para identificar o proprietário ou a origem de um veículo, no caso de acidentes ou mesmo de envolvimento em algum crime. “Na placa antiga a gente sabia logo a origem do veículo”, analisa.
No entanto, ele reconhece que, em caso de prática de crimes os veículos geralmente são roubados ou furtados e têm suas placas adulteradas.
Fora o incômodo de não saber mais, de imediato, a origem do veículo, as placas do Mercosul têm agradado, embora o custo, em torno de R$ 200 o par, também esteja no rol das reclamações feitas pelos cidadãos.
A implantação da nova placa foi estabelecida, de forma obrigatória, pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), e visa padronizar as placas dos veículos de países que compõem o Mercosul para otimizar a segurança nas vias das fronteiras.
A troca é obrigatória para os veículos de primeiro emplacamento, procedimentos de transferência de propriedade e mudança de município ou estado, alteração de categoria, troca de placas danificadas e na reposição de placas perdidas.
No Espírito Santo, por exemplo, se mantivesse a combinação de três letras e quatro números, as combinações se esgotariam no máximo até março deste ano.
Vantagens – Um dos principais benefícios oferecidos pela nova placa é a segurança. Ela possui gravação a laser, efeitos visuais, número de série criptografado e um QR Code. Esse último item tem o objetivo de dificultar a clonagem de veículos.
Para realizar o serviço com a mudança da placa, o proprietário do veículo deve se dirigir à unidade do Detran/ES e abrir um processo para a o serviço que deseja realizar.
O Detran/ES faz a auditoria da documentação e registra no sistema da Base Nacional e, paralelamente, o interessado deverá pagar as taxas referentes ao serviço do Órgão. Após o pagamento, será enviado ao interessado um SMS com o código autorizador do emplacamento. O cidadão deverá escolher a empresa estampadora para que ela confeccione e instale a placa.
Concluído o serviço, a estampadora comunica ao Detran/ES e o interessado deverá retirar seu novo documento do veículo na unidade do órgão.
Se o proprietário do veículo optar por contratar um despachante credenciado ao Detran/ES, todos os passos serão executados por esse profissional que, ao final do processo, solicitará a afixação da placa por uma estampadora. (Weber Andrade com G1)