“Macaco velho não mete a mão em cumbuca”, diz o antigo ditado popular. Mas, só as pessoas que conheceram as frondosas sapucaias de algumas décadas atrás, sabe que a cumbuca é a urna do fruto desta árvore, que em setembro e outubro, encanta os olhos humanos com sua troca de folhas, que ficam totalmente rosadas ao nascer.
Pois agora, essa cumbuca está rendendo muito dinheiro para quem investiu na produção de sementes. O quilo da castanha está custando em torno de R$ 80, segundo reportagem publicada pelo jornal A Gazeta esta semana.
A base da reportagem foi um projeto iniciado em 2010 pela bióloga Fabiana Gomes Ruas, pesquisadora do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), utilizando sementes provenientes de três municípios capixabas: Laranja da Terra, Viana e Santa Teresa.
No entanto, os interessados em começar o cultivo da árvore devem ter em mente que ele deve ser plantada em consórcio com outras culturas, uma vez que a produção de frutos costuma demorar, no mínimo, oito anos.
O nome genérico Lecythis provém do grego lecythos (panela de óleo), devido ao fruto parecer com uma panela com tampa. O epíteto específico pisoni é dedicado a Guilherme Piso, médico holandês, chefe da missão cientifica no Brasil holandês.
O Projeto Sapucaia chama a atenção por envolver o desenvolvimento de técnicas para facilitar a produção de material propagativo de melhor qualidade e redução do tempo entre plantio e início da produção de frutos, com testes de germinação e no laboratório de sementes da Fazenda Experimental do Incaper, em Linhares, e ainda banco genético e técnicas de enxertia e clonagem, implantadas na Fazenda Experimental Jucuruaba (FERC), em Viana.
Os frutos da sapucaia são fortes e resistentes para guardar as amêndoas, que são muito apreciadas por morcegos e macacos
Fruto é muito apreciado por macacos
O cultivo da sapucaia com objetivo comercial enfrenta também um problema ambiental. As sementes da sapucaia são muito apreciadas por macacos da espécie sauá e também pelos morcegos. O macaco-sauá que faz verdadeiras loucuras para consegui-las. Quando ainda fechadas, eles torcem as cumbucas como se fossem arrancá-las para acelerar a maturação.
Quando parcialmente abertas, chegam a bater um fruto contra o outro na tentativa de forçar a liberação das castanhas e, segundo a lenda, dificilmente enfiam a mão dentro da cumbuca (pelo menos os mais experientes), porque isto pode prender sua mão ao contraí-la para apanhar as castanhas. Daí a expressão “macaco velho não põe a mão em cumbuca”.
As cumbucas geralmente ficam afixadas na árvore mesmo após a queda das castanhas por vários meses. Um quilo de sementes contém aproximadamente 180 unidades.
Além da utilização na culinária, para a confecção de doces, bolos e até pratos salgados, a castanha da sapucaia também é medicinal. O tratamento com o óleo da sapucaia – projeto de pesquisa desenvolvida em parceria entre Incaper e Universidade de Vila Velha (UVV) – por exemplo, já é usado para curar feridas.
Ricas em proteínas e muito ricas em lipídios, não possuem colesterol, são boas fontes de fibras e possuem quantidades razoáveis de tiamina, riboflavina e niacina e de vitaminas B1 e B2. Possuem também teores consideráveis de fósforo e potássio, sendo pobres em sódio, favorecendo assim o sistema cardiovascular.
“Estudos com a produção de manga, por exemplo, fizeram com que a época dos frutos caísse para apenas seis anos. Por que não com a Sapucaia? Se temos a disponibilidade e o conhecimento, devemos intensificar as pesquisas com as nossas plantas nativas. O futuro é logo mais”, afirma a bióloga Fabiana. (Weber Andrade com Incaper e G1)
Webber é Cultura
Onde compro a castanha de Sapucaia para comer ?
Vocês conhecem algum site ?
Neste endereço você poderá localizar vendedores de castanha no ES.
INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA, ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL – INCAPER (INCAPER)
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