O ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), Cláudio Antônio Guerra, de 79 anos, que atualmente é pastor evangélico na Grande Vitória, vai responder pelos crimes de ocultação e destruição de cadáveres na Usina de Cambaíba, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, durante o período da ditadura militar no país.
“Isso é importante, pois, de acordo com dados do Relatório de Crimes da Ditadura (2017), apenas seis de 26 pessoas acusadas por crimes cometidos durante a ditadura se tornaram réus em ação penal”, disse o procurador da República Guilherme Virgílio, autor da denúncia.
O Ministério Público Federal (MPF) afirma que Claudio Guerra é acusado de ter incinerado 12 cadáveres entre os anos de 1973 e 1975.
Um dos nomes que constam na lista de corpos incinerados no local é o de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem de Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.
Além da condenação pelos crimes praticados, o MPF pede cancelamento de eventual aposentadoria ou qualquer provento de que disponha o denunciado em razão de sua atuação como agente público.
“Dado que seu comportamento se desviou da legalidade, afastando princípios que devem nortear o exercício da função pública”, diz o Ministério Público. (Weber Andrade com G1)