quinta-feira, março 28, 2024

Em audiência pública, Volta às aulas na rede municipal de ensino de Barra de São Francisco só no dia 24 de fevereiro

Em audiência pública na manhã desta segunda-feira, 31, na Câmara Municipal, ficou decidido que a volta às aulas na rede municipal de ensino, em Barra de São Francisco, no formato presencial, só vai acontecer dentro de 25 dias, mais precisamente no dia 24 de fevereiro, uma quarta-feira.

O plenário da Câmara Municipal esteve lotado de pais e mães de alunos, além de professores e diretores de escolas. 

Entre os diretores de escolas, a decisão foi pela volta imediata, no dia 3, próxima quinta-feira, mesma data do retorno da rede estadual. Dos 18 diretores que votaram, 11 (61,1%) optaram por voltar imediatamente, enquanto outros sete (38,9%) decidiram pelo adiamento.

Já entre os professores, pais e mães de alunos, a votação foi mais apertada, mas venceram os que querem o adiamento. De 150 pessoas que votaram, 88 (58,6%) decidiram pelo adiamento e outras 62 (41,4%) queriam o retorno imediato. 

A secretária municipal de Educação, Delma Ker e o secretário municipal de Saúde, Elcimar Alves de Souza, em entrevista a imprensa, logo após a audiência, disseram que, apesar da votação apertada, a decisão da maioria dos pais de alunos e professores tem que ser respeitada.

“Como a maioria voltou pelo adiamento, conversamos com o prefeito Enivaldo dos Anjos e decidimos por adiar o retorno para o dia 24 de fevereiro. Nesse período, acreditamos que o pico da pandemia da ômicron já terá passado e poderemos observar o comportamento da nova variante vinda da África e anunciada recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Além disso teremos tempo também para vacinar mais crianças”, destaca Elcimar.

A secretária Delma Ker, por sua vez, observou que esse intervalo permitirá melhor adequação de algumas escolas municipais, que ainda precisam de obras para maior ventilação e espaçamento. Acreditamos que é a decisão mais sensata no momento.

A partir da nova data, já teremos planejado novamente o calendário escolar junto aos gestores e poderemos cumprir com tranquilidade todas as normas de higiene e segurança dos alunos, professores e demais profissionais que trabalham nas escolas”, observa

Antes da votação, no entanto, houve acalorado debate, onde várias pessoas, entre professoras, pais e mães de alunos, expuseram os motivos pelos quais queriam ou não o retorno ou adiamento do ano letivo.

Uma parte, por exemplo, defendeu a volta de forma escalonada, como é o caso da diretora da Escola Municipal Santo António, Joana Montovanelli, que também sugeriu que a Secretaria Municipal de Saúde fizesse a imunização das crianças dentro das escolas.

A servidora da Câmara Municipal, Giselia Oliveira, que faz parte do Conselho Municipal de Educação (CME), fez veemente defesa do retorno imediato das aulas presenciais.

“Tenho uma neta que precisa estudar e tenho visto que as pessoas estão frequentando festas, bares, praias, acho uma hipocrisia não retornar às aulas”, argumentou.

Também membro do CME, o arquiteto Júnior Borém, fez contraponto à colega e disse que “não é o momento de volta às aulas presenciais”, pois colocaria em risco a saúde das crianças. “Tenho dois filhos em idade escolar. Mas eles podem esperar mais tempo para voltar às aulas, um mês, um ano, dois, o que que defendo nesse momento é a vida deles. Estudar é importantíssimo, mas a vida não tem preço”, retrucou.

Na mesma linha, a dona de casa Natália, defendeu que a volta às aulas fosse adiada até que as crianças possam voltar à escola com segurança. “Eu falo em nome dos meus filhos, tenho duas crianças em idade escolar, mas as aulas podem esperar mais um pouco, a saúde, a vida delas é o que importa nesse momento.”

Um motorista da Prefeitura defendeu que as aulas tivessem retorno imediato, mas questionou o secretário municipal sobre um ‘boato’ que circula nas redes socais de que se os pais não vacinassem os filhos, o Conselho Tutelar poderia tomar a guarda deles.

Elcimar esclareceu que é apenas um boato, mas que os pais são responsáveis pela saúde e segurança dos filhos. “N ão vamos exigir passaporte da vacina contra a Covid, mas existe uma regra, que obriga os pais a apresentarem o certificado de vacinação dos filhos nas escolas. Caso contrário, a escola é obrigada a notificar ao Ministério Público e ao Conselho Tutelar e os pais serão responsabilizados”, observou.

“Hoje, tem muitos pais com medo da vacina, mas todos vacinam seus filhos contra várias outras doenças, como varíola, BCG… Sei que no passado, muita gente ficou com problemas de mobilidade por causa da poliomielite, por exemplo. Só agora estão criando essa resistência à vacina contra a Covid, um absurdo que acaba prejudicando toda a sociedade”, finalizou.

O prefeito Enivaldo dos Anjos (PSD), e está de quarentena por ter contraído a Covid-19, mesmo tendo tomado as três doses do imunizante, decidiu colocar o retorno às aulas em votação pública e disse que ‘é um momento difícil’ que o município está passando por causa do grande aumento de testagens positivas para a Covid, não só em Barra de São Francisco, mas, em todo o Estado e no país.

“A gente sabe que é um assunto polêmico, mas a administração está buscando uma solução para proteger a saúde dos estudantes, diretores, professores e demais operadores da educação. A administração não quer interferir na opinião de ninguém, vai respeitar, mas quero esclarecer que o questionamento é simples e objetivo: se devemos voltar às aulas com este grau de risco de contaminação, o que indica para os que responderem que sim, que estão assumindo, como pais, os riscos de contaminação dos filhos, dividindo com a prefeitura as responsabilidades. Algumas mães tem me respondido que querem a volta às aulas porque não tem com quem deixar os filhos. Fiquei triste, porque temos que nos preocupar com a vida das crianças e não com elas formarem neste ano ou no outro, queremos nossos alunos vivos”, disse Enivaldo.

De acordo a secretária Delma Ker, Barra de São Francisco tem hoje 31 escolas e conta com 4.975 alunos matriculados, embora muitos pais não tenham feito ainda a matrícula dos seus filhos. São cinco centros de educação infantil para crianças de zero a 3 anos e 11 meses de idade, 15 escolas na sede e o restante no interior, zona rural e distritos.

Fonte: Gazetadonorte

 

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