A notícia de que a Vale está contratando a Andrade Gutierrez para construir um enorme muro de muro de concreto para conter os rejeitos em caso de rompimento da barragem Sul Superior, da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região Central de Minas, deverá trazer uma solução para quase todo o “rejeito” da Mineradora Guidoni, de São Domingos do Norte, que possui várias jazidas em Barra de São Francisco.
De acordo com informações obtidas pela nossa reportagem, a mineradora foi procurada pela Andrade Gutierrez, que deseja adquirir cerca de cinco mil blocos sem valor comercial, para a construção do gigantesco muro e, possivelmente de outras obras de contenção que a empresa está negociando com a Vale.
“Seriam pelo menos 2,5 mil viagens de carretas entre a região noroeste capixaba e a região central de Minas Gerais”, avalia a fonte dos sites ocontestado.com e vozdabarra.com.br. Ainda de acordo com essa fonte, a retirada desse material, considerado como “rejeito” limparia praticamente todas as jazidas e áreas de estocagem de material não comercial da mineradora.
“Se for efetivado esse contrato, trará um novo alento para todas as grandes mineradoras que atuam na região noroeste capixaba, particularmente Barra de São Francisco, que possui o maio número de jazidas”, disse a fonte.
Fizemos contato com a Mineradora Guidoni nesta segunda-feira, 29, para obter mais informações mas ainda não tivemos retorno.
Hoje, além dos rejeitos menores da exploração do granito, todas as médias e grandes empresas mineradoras de Barra de São Francisco costumam usar parte dos blocos não comerciais na construção de muros no entorno de suas empresas. Com a nova utilidade, esses blocos poderiam gerar mais recursos para as empresas e mais renda para a região.
Vale negocia com Andrade Gutierrez obras
de recuperação de oito barragens em Minas
De acordo com jornais da Capital Mineira, como o Estado de Minas, Hoje em Dia e O Tempo, a empreiteira Andrade Gutierrez, foi procurada pela Vale para a realização de obras em oito barragens em Minas Gerais. Conforme reportagem do jornal Estado de São Paulo, em maio deste ano, a mineradora acertou com a construtora para que seja feito um contrato de administração por obra, sendo que o acordo entre as duas empresas depende da aprovação do conselho de administração da mineradora.
Procurada pela reportagem do Hoje em Dia, a Vale informou que mantém contato regular com empresas especializadas para o desenvolvimento de obras de engenharia para suas operações. “A empresa segue desenvolvendo estudos relacionados à contenção de algumas estruturas, tendo como premissa máxima a preservação das condições de segurança dos trabalhadores e da população das cidades onde tais estruturas estão localizadas”, alegou.
A empresa foi indagada sobre quais seriam as oito estruturas alvo da negociação com a empreiteira e sobre quais são os procedimentos a serem feitos, porém, não respondeu aos questionamentos da reportagem do jornal mineiro.
Segundo a reportagem do jornal Estado de São Paulo, a Andrade Gutierrez começaria, ainda em maio, uma análise para executar o plano de reconstruir as barragens da mineradora e ainda não há um preço fechado para estas obras. Entre os primeiros trabalhos a serem feitos pela empreiteira, está a construção do enorme muro de concreto para conter os rejeitos em caso de rompimento da barragem Sul Superior, da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região Central de Minas.
O projeto da construção desse muro foi apresentado pela Vale em reunião realizada no dia 11 de abril com os moradores de Barão de Cocais. Em caso de rompimento da barragem, pelo menos 3 mil casas seriam atingidas pelos rejeitos da mineração. Segundo a Defesa Civil do município, pela proposta da mineradora, o muro teria uma previsão de um ano para ficar pronto. A empresa, contudo, não confirmou a previsão de gastos com o projeto. A estrutura não necessita de licença da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Smad) para ser executada.
O rompimento da barragem de Brumadinho, que matou 228 pessoas e deixou outras 49 desaparecidas, levou a mineradora a suspender sua produção, sendo que a companhia deixará de produzir este ano quase 93 milhões de toneladas de minério de ferro, volume que responde por um quarto do total da capacidade de produção da mineradora.
A reportagem do Estado de São Paulo lembra ainda que a construtora Andrade Gutierrez, uma das várias empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, estaria se desfazendo de vários ativos com o objetivo de reduzir suas dívidas. Segundo uma fonte familiarizada com a construtora, as negociações para as obras de contenção das barragens da Vale dariam um respiro à empresa, que enfrenta problemas financeiros.
Procurada pelo Hoje em Dia, a Andrade Gutierrez informou somente que não iria comentar o assunto. (Weber Andrade com informações dos jornais Hoje em Dia, O Tempo e Estado de Minas)