Os incêndios criminosos na zona rural e urbana de Barra de São Francisco voltaram a ocupar quase todo o tempo dos Bombeiros do 1º Posto Avançado dos Bombeiros (PABM), com sede em Barra de São Francisco. Até o primeiro semestre, poucas ocorrências significativas de incêndios florestais foram registrados na cidade. Porém, a partir de julho começaram a surgir ocorrências, principalmente no entorno da Sede do município.
Veja último grande incêndio
Incêndio na Vila Vicente por pouco não atinge a mata do Parque Sombra da Tarde
Hoje, 2, o sub comandante da 2ª Cia do 2° BBM, segundo tenente Davi Pedroza, que está responsável pelo posto de Barra de São Francisco, comunicou que o aumento de ocorrências de incêndios florestais nos últimos dias tem sido grande.
“Senhores, só pra constar que, ultimamente, está tendo uma demanda muito grande de incêndios florestais. Nesse exato momento nossa equipe de BSF está incomunicável em uma ocorrência de incêndio florestal desde cedo. Caso algum dos senhores venham a presenciar alguma ocorrência, o melhor canal pra ser relato é através do 193, pois o militar responsável pelo atendimento irá avaliar a necessidade de realocar as equipes ou dependendo do caso até solicitar apoio de outra unidade”, informou.
Só neste início de semana já foram registrados pelo menos três incêndios, um deles, de grandes proporções, destruiu cerca de 8 alqueires de vegetação e por pouco não chegou ao Parque Natural Municipal Sombra da Tarde (PMNST), nesta segunda-feira, 31.
Na madrugada de hoje, 2, a equipe da Defesa Civil postou fotos de combate a um incêndio florestal no córrego Itaúnas – o local não foi especificado completamente – e, segundo o coordenador da Defesa civil, Arimateia Oliveira, o Albuíno (fotos ao lado), eles entram pela madrugada combatendo o fogo e só foram dormir às 3h, deste quarta-feira.
Proibição – Vale lembrar que as queimadas estão proibidas no país desde 16 de julho, por 120 dias, ou seja, até o dia 16 de outubro. Veja mais
Decreto federal proíbe queimadas em todo o Brasil por 120 dias a partir de hoje, 16
Situação no ano passado foi ainda pior
Num balanço apresentado ao site ocontestado.com, pelo comandante licenciado do 1º PABM, sargento Fernando Paulo, entre julho de 2018 até setembro do ano passado os Bombeiros registraram 121 ocorrências, média de uma a cada 2,5 dias.
Nesse período foram queimados o equivalente a mais de 250 campos de futebol, ou seja, cerca de 250 hectares.
A situação naquela altura chegou a tal ponto que os Bombeiros estavam tendo que escolher entre priorizar o atendimento a chamados de socorro para acidentes e problemas de saúde, como está acontecendo no momento.
“Nunca tinha visto uma situação como essa, as queimadas, quase sempre começam a acontecer em setembro, mas este ano (2019), desde abril estamos enfrentando incêndios em áreas de pasto”, lamenta o comandante do 1º PABM, sargento BM Fernando Paulo.
Para o soldado BM Vieira quase todos os incêndios são propositais e criminosos e alguns põem em risco a vida de pessoas na área urbana, como um incêndio provocado pela queima de lixo na região oeste do bairro Colina, próximo das Casas Populares. Outro, na região do bairro Cruzeiro, inundou de cinzas e restos da queima várias casas no bairro e provocou muita reclamação no bairro Irmãos Fernandes, que fica logo abaixo.
A utilização constante de queimadas para limpeza de lotes vagos, terrenos baldios e até mesmo propriedades rurais, algumas próximas ao perímetro urbano, têm sido nos últimos dias, a principal ocorrência registrada pelos Bombeiros. “Muita gente tem se utilizado da queimada para limpar seus lotes ou mesmo grandes áreas de terra”, relata o sargento BM Fernando Paulo.
Ele salienta que o uso de fogo para limpeza de quaisquer tipos de terrenos é proibido por lei e gera multa e até a prisão dos envolvidos, se houver denúncia e flagrante.
“O Idaf é o órgão responsável por multar e fiscalizar, mas a ação de mitigar o fogo, sempre sobre para os Bombeiros, quando há perigo iminente para seres vivos”, finaliza o comandante. (Weber Andrade)
Incêndios em áreas rurais e urbana já queimaram mais de 250 ha