Não é preciso ir muito longe para ver que as queimadas voltaram com toda a força no Brasil. Nesta segunda-feira, 19, a vizinha Mantena (MG) precisou da ajuda de voluntários para conter um princípio de incêndio nas proximidades do perímetro urbano. O fogo ameaçava atingir, inclusive, o tradicional Colégio das Irmãs e foi combatido pela Polícia Militar com ajuda de voluntários da comunidade.
Em Barra de São Francisco e região atendida pelo 1º Posto Avançado dos Bombeiros Militares (1º PABM), já foram queimados mais de 300 hectares de vegetação, a maior parte no entorno de Barra de São Francisco. “Nunca tinha visto nada parecido, as queimadas tiveram início já em abril e continuam em ritmo acelerado”, lamenta o comandante do PABM, sargento BM Fernando Paulo.
No Espírito Santo, de acordo com os dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), o volume de queimada aumentou 171% até o dia 19 de agosto deste ano em relação ao ano passado. Em todo o ano de 2018 foram registrados 84 focos de incêndio em vegetações. Já este ano são 228 focos até o momento e, pelo menos 30 deles são no entorno de Barra de São Francisco.

Brasil – No Brasil as queimadas aumentaram 82% em relação ao ano de 2018, se compararmos o mesmo período de janeiro a agosto – foram 71.497 focos neste ano, contra 39.194 no ano passado. Esta é a maior alta e também o maior número de registros em sete anos no país.
Nesta segunda-feira, 19, o “dia virou noite” em São Paulo, no Mato Grosso do Sul e no norte do Paraná. Por volta das 15h, uma forte névoa escura cobriu a capital paulista, deixando a cidade no breu. Especialistas ouvidos pelo site G1 explicaram que uma frente fria com ventos marítimos originada do Sul do Brasil trouxe uma nuvem do tipo stratus, mais baixa e carregada. Junto a isso, a fumaça originada das queimadas da floresta amazônica nos estados do Norte foi potencializada com focos em outros países da América Latina.
Cinco estados tiveram um maior aumento no número de queimadas no Brasil desde o início do ano, em comparação com o mesmo período do ano passado: Mato Grosso do Sul, com uma alta de 260% em relação a 2018; Rondônia, com 198%; Pará, com 188%; Acre, com 176%; e Rio de Janeiro, com 173%. O Espírito Santo vem logo atrás, em sexto, com 171% de aumento. Se tomarmos como base apenas o número, Mato Grosso é líder, com 13.641 focos, o que representa 19% do total nacional. (Weber Andrade com Inpe e G1 Natureza)