Não foi a primeira vez que o vereador Fernando Carabina descreveu a lamentável situação que a população francisquense está sendo obrigada a conviver, com dependentes químicos na chamada Rua da Feira.
A tempos o Vereador Fernando Carabina vem qualificando como fatos graves o que vem acontecendo nas confluências das ruas Capitão Antônio Lopes Tatagiba com a Juiz João Batista Celestino. Esse é o local que já alguns meses, alcóolatras em sua maioria do sexo masculino, marcam ponto todos os dias.
Segundo o vereador ele se sente envergonhado com a situação que já se arrasta por muito tempo e sem que surja uma solução para o problema. O parlamentar disse que no final de semana passado os fatos se tornaram mais graves, quando era visível notar que o local serviu de embate entre os dependentes, acabando por ficarem feridos, após desavenças e brigas.
Este mês de setembro tem sido um mês marcado por muitas confusões na rua da feira, no último sábado (16), o assunto mais falado na feira era sobre os últimos acontecidos, e do medo que as pessoas tem de trabalhar e frequentar o local.
Com essa instabilidade que gera medo e insegurança, os Feirantes estão perdendo sua clientela e alguns já cogita até parar de trabalhar na feira.
E eles estavam certos, e nem imaginava o que iria acontecer. Antes mesmo que os comerciantes acabasse de retirar suas barracas uma confusão foi armada com direto a tapas, socos e até uma faca foi vista sendo utilizada por um deles durante a confusão.
Diversos vídeos foram gravados e rapidamente começaram a circular na internet, um deles foi até para em uma renomada página do Instagram a nível de estado, a ” Espírito Santo em Ação 2” que com quase 47 mil seguidores, tinha atingido até o final daquele dia quase 100 mil visualizações somente na página.
Veja os Vídeos:
Sem contar que no último dia (10), os dependentes fizeram os moradores viverem momentos de horror, soltando por horas diversos rojões no meio da rua como se fosse retaliação aos movimentos que vem sendo feitos afim de que eles possam sair daquele local.
Durante os atos, um morador chegou a postar a seguinte mensagem em sua rede social:
Nesse exato instante, moradores de rua, abastecidos pelos “Kilãozinhos” mercadinhos aqui da rua da feira, estão SOLTANDO BOMBAS a cada 3 a 5 minutos….um fim de tarde noite que poderia ser calmo e de descanso dos moradoras, vira um pequeno inferno nas tardes de domingo
Hoje tem dois Kilãozinhos abertos, até essa hora num domingo de feriado, vendendo cachaça e bombinhas pra eles….
Reclamar com quem?
Carabina na sessão do último dia 04 de agosto já havia feito o questionamento:
Como que vamos continuar a conviver com esta situação em um dos locais mais frequentados pela nossa sociedade e por quem nos visita”, destacou Fernando Carabina, lamentando os episódios que ali são registrados diuturnamente.
“Ali eles fazem suas necessidades fisiológicas e inclusive defecam na via pública em dias de feira, atormentam as pessoas que por ali transitam, falam palavrões, praticam atos sexuais e acumulam lixo”, frisou o vereador
Lembrando que uma moradora que convive com o caos todos os dias, disse que o cheiro de urina e fezes, é forte e incomoda e teme que o lugar se torne uma espécie de “Alcoolândia, a exemplo da “Cracolândia” em São Paulo”. Ela conta que todos os dias aparece um novo dependente e disse não ter mais esperanças já que não aparece uma solução.
Até quando vamos viver com essa situação, o que a Prefeitura tem feito em prol de nós? pergunta um morador.
Ontem depois da grande repercussão do lamentável ato envolvendo os dependentes, o Prefeito Enivaldo dos Anjos postou em seu WhatsApp a seguinte mensagem:
Francisquenses , Temos sido abordado por pessoas que alegam não suportar mais o que está acontecendo na rua da feira , no Bairro Irmãos Fernandes, com pessoas consideradas moradores de rua . Alegam os donos de imóveis na região , falta de segurança por causa de ameaças de alguns moradores de rua contra senhoras, jovens e crianças que passam na rua . Temos explicado que a prefeitura não pode fazer muita coisa , uma vez que a associação de moradores encaminhou reclamação ao Ministério Público e recebeu a resposta que não poderia tomar nenhuma providência , pq a lei garante o direito de ir e vir . Sabemos que a prefeitura não pode proibir as pessoas de ficarem nas ruas , mas estes casos já passam de risco maiores , levando os próprios moradores de rua ao risco de vida , já que não comem direito, usam drogas (cachaça)e dormem ao relento ( veja foto) . Isto nos entristece não poder ajudá-los nesta adversidade da vida . Algumas pessoas ajudam a perturbar o local vendendo bombas e bebidas alcoólicas . Está semana vamos solicitar uma audiência aos delegados da polícia civil e o comandante do 11 Batalhão , para estudarmos uma saída para tão angustiante problema . finaliza o Prefeito.
O que é internação compulsória?
Existem três tipos de internação: voluntária, involuntária e compulsória. Elas são reguladas pela Lei 10.216/2001.
A internação compulsória só pode ser determinada pela Justiça após a constatação de que todas as outras alternativas para tratar um paciente falharam e que não há nenhum familiar que se responsabilize por ele.
Essa constatação é feita por meio de laudos médicos, atestando que todos as outras tentativas de tratar o paciente falharam ou que ele é um risco para si mesmo e para as pessoas à sua volta.
Para internar compulsoriamente um paciente, é necessário mobilizar uma equipe com profissionais de diversas áreas de atuação: médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e outros que forem necessários. Esses profissionais devem abordar o paciente pois são treinados para esse tipo de situação.
O objetivo é garantir a segurança e o bem-estar do paciente, de modo a evitar reações explosivas que possam causar o agravamento dos sintomas de seu transtorno mental ou dependência química.
Da mesma forma, a alta também deve ser concedida mediante ordem judicial, após a expedição de laudos médicos que atestem a melhora. O tempo que o paciente deve permanecer internado dependerá de sua resposta ao tratamento.
O que os familiares podem fazer?
A internação compulsória só pode acontecer mediante a ausência de familiares que se responsabilizem pelo paciente. Mesmo assim, após o procedimento, assistentes sociais geralmente buscam pessoas da família para reintegração familiar depois da alta.
Amigos e familiares de um dependente químico ou alguém que sofre com transtornos mentais podem agir antes da internação, buscando o diálogo. É preciso estimular a compreensão da pessoa em relação à sua própria condição e a necessidade de buscar tratamento adequado.
Paciência é fundamental para que o paciente não se sinta forçado a tomar qualquer atitude e, assim, torne-se agressivo ou introspectivo. Não hesite em buscar ajuda profissional para saber o que precisa ser feito em cada caso.
Alcoólicos Anônimos pode ser parte da solução
Em Barra de São Francisco existe o Grupo Nova Esperança de Alcólicos Anônimos – AA – se reúne na Rua Adelino Coimbra – 150 – Beira Rio, as segundas, quartas e sábados das 19 às 21 horas. Quanto a Pastoral da Sobriedade, as reuniões ocorrem às sextas-feiras, no salão paroquial da Igreja Católica São Francisco de Assis.
O alcoolismo é um problema de dimensões trágicas ainda subdimensionadas e seu maior dano é a destruição de famílias inteiras.
Metade de todas as crianças atendidas nos serviços psiquiátricos vem de famílias de alcoólatras, e boa parte dos abusos cometidos contra crianças tem raiz no alcoolismo.
Sem qualquer sombra de dúvida, o alcoolismo é uma doença.
É o resultado de um cérebro que perdeu a capacidade de decidir quando começar a beber e quando parar. Não é possível detectar numa criança ou num pré-adolescente traço algum que permita antever que eles se tornarão alcoólatras.
“Alcoolismo cria distúrbios da personalidade, mas distúrbios da personalidade não levam necessariamente ao alcoolismo”
A principal diferença entre alcoolismo e outras dependências diz respeito ao tipo de droga.
Opiáceos
São tranquilizantes, mas o álcool é um mau tranquilizante, tende a fazer as pessoas infelizes ficarem mais infelizes e piora a depressão. A pequena euforia que o álcool proporciona é sintoma do início da depressão do sistema nervoso central.
Do ponto de vista da sociedade, o álcool é um problema muito grave.
O alcoólatra provoca não somente acidentes de trânsito, mas problemas graves à sua volta, a começar por sua família.
As únicas pessoas que estão sob o risco de alcoolismo são as que bebem regularmente, mas, se nunca passar de dois drinques por dia, o indivíduo pode usufruir socialmente da bebida em festas, casamentos, carnaval, e não se tornar alcoólatra.
Há pouco a fazer para ajudar um alcoólatra, mas uma coisa é essencial: não se deve tentar proteger alguém de seu alcoolismo.
Se uma mulher encontra seu marido caído no chão, desmaiado sobre seu próprio vômito, não deve dar banho e levá-lo para a cama. O único caminho para sair do alcoolismo é descobrir que o álcool é seu inimigo. Proteger uma pessoa nessa situação não ajuda. Não é papel da família tentar convencer o alcoólatra de que o álcool é um mal para ele.
Na verdade, em tal situação, a família precisa de ajuda, como a oferecida pelo Al-Anon, a divisão dos Alcoólicos Anônimos voltada ao apoio a famílias de alcoólatras
A abstinência é fundamental no tratamento do alcoolismo. Um alcoólatra até pode beber socialmente , da mesma forma que um carro pode andar sem estepe, ou seja, é uma situação precária e um acidente é questão de tempo.
Num horizonte de seis meses, muitos alcoólatras conseguem manter seu consumo de álcool dentro de padrões socialmente aceitos, mas, se observarmos um intervalo maior de tempo, vamos verificar que a tendência é ir aumentando gradualmente o consumo, até voltar ao padrão antigo. Em períodos mais longos, normalmente, quem deixa de beber não sucumbe ao vício.
Em 1995, uma substância, a naltrexona, foi saudada como a pílula antialcoolismo. Vendida no Brasil com o nome de Revia, não se conhece ainda seu efeito a longo prazo. Mas, em linhas gerais, drogas podem funcionar como apoio por, no máximo, um ano, visto que é muito difícil tirar algo de alguém sem oferecer alternativas de comportamento.
Usar essas drogas equivale a tirar o brinquedo de uma criança e não dar nada no lugar.
A terapia oferecida pelos Alcoólicos Anônimos é parecida com as terapias behavioristas, que pretendem obter uma determinada mudança de comportamento. Mas, além de ser um tratamento barato e que dura para sempre, a terapia dos A.A. tem um componente espiritual importante. Terapias ajudam a não beber, mas os Alcoólicos Anônimos dão ao indivíduo um círculo de amigos sóbrios, dão-lhe significados, amigos, espiritualidade.
SiteOcontestado/Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Vereadores/Assessoria do Vereador Fernando Carabina