O novo secretário municipal de Agricultura, Valmiro Saar, apresentou recentemente o que considera os eixos principais da sua gestão à frente da Pasta: Valorizar e incentivar a cafeicultura e a pecuária leiteira e trabalhar na conservação e produção de água são as suas metas. Saar, que já secretário municipal de interior e Transporte na gestão anterior era filiado ao PV, na ocasião. Desde 2016 está filiado ao PSB, partido do governador Renato Casagrande e aponta esse status como determinante para a sua nomeação ao cargo. “Estou na secretaria graças a um arranjo político entre o prefeito Alencar Marim e o nosso governador”, afirmou ele em discurso recente na Câmara Municipal.
Nos bastidores, aliados de Marim e do deputado Enivaldo dos Anjos têm reclamado das últimas aquisições do prefeito para a gestão municipal. “O Alencar está enchendo a prefeitura de gente dos Pereira e vai perder o meu voto”, disparou um eleitor nesta quarta-feira, 20, pela manhã, criticando as nomeações.
Quanto ao seu trabalho à frente da Semag, Saar ressalta que Barra de São Francisco tem quase três mil propriedades rurais e a maioria delas são de agricultores familiares, que precisam de apoio para desenvolver sua cafeicultura e também a pecuária de leite. Para ele, não há cmo pensar o município sem focar nesses dois pilares do agronegócio francisquense. “Apesar da crise hídrica que enfrentamos nos últimos anos e que desestimulou os cafeicultores, não vemos outra alternativa para o município. O granito está aí, segurando parte da economia, mas o que sustenta o setor rural é a pecuária e o café”, sentencia.
O secretário disse ainda que pretende trabalhar em parceria com as associações de produtores rurais e outras entidades organizadas para fortalecer a cafeicultura e a pecuária leiteira, além de trabalhar a conservação e produção de água no município. (Weber Andrade)
Censo Agropecuário mostra café conilon
e pecuária como carros-chefes do setor
De acordo com o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no ano passado, Barra de São Francisco teve grande avanço no número de propriedades rurais. No último censo realizado, em 2006, o município tinha 2.250 estabelecimentos agropecuários. Agora, este número cresceu para 2.749, ou seja, quase 500 propriedades rurais a mais do que há 12 anos.
A crise hídrica que assolou o Espírito Santo durante três anos, mostrou seus efeitos nefastos na agropecuária francisquense, de acordo com dados apresentados pelo coordenador de Área do Censo Agropecuário 2017, na região, Daniel Aniceto.
O censo mostrou que o café conilon continua sendo o carro chefe do setor agrícola, com quase cinco mil hectares de área plantada, enquanto a banana também ganhou enorme espaço, apesar da crise hídrica, ocupando, na altura da coleta dos dados, 612,89 hectares.
“A banana, no entanto, apesar de ser uma cultura considerada perene, pode ser facilmente exterminada”, informa Aniceto.
A bovinocultura parece ser o setor que mais sentiu os efeitos da crise hídrica. O rebanho bovino, que já foi de quase 90 mil cabeças, há cinco anos, agora tem 50.668, de acordo com os dados do censo agropecuário.
Por outro lado, a produção de verduras tem se destacado, o que mostra que em alguns locais a água ainda está abundante. A estimativa de produção anual de alface, por exemplo, é de mais de 107 mil pés, quase 10 mil pés por mês, e de jiló, são 35,5 mil quilos. O quiabo teve produção estimada em 31,3 mil quilos. (Weber Andrade)