Abel Braga deixou claro que não vai tomar decisão nenhuma de cabeça quente, mas não descartou pedir demissão hoje, após a derrota desta quarta-feira, para o Goiás pelo placar mínimo, pela Copa do Brasil. Não é o mais provável. A tendência é Abel dirigir o Vasco contra o Fluminense, neste domingo, às 18h, no Maracanã, pela Taça Rio, mas nem ele está feliz com o desempenho do pior ataque do Brasil em 2020. São apenas oito gols em treze partidas.
Está claro que o treinador não está conseguindo tirar o melhor desempenho do Vasco, assim como não conseguiu no Cruzeiro, mas estas duas últimas experiências têm muito a ver com as questões institucionais dos dois clubes. No Flamengo, ele ganhou título, classificou para o mata-mata da Libertadores, mas o time não jogava metade do que está jogando.
Tudo isto é verdade, mas o problema do Vasco é mais grave. Faz vinte anos que o Vasco não briga por nada do tamanho de sua tradição. A torcida compra planos de sócio torcedor, ultrapassa os clubes mais importantes da Europa e o técnico Abel Braga assume dizendo que entende que o Vasco vai pagar quando puder. Não!
Isso era em 1928, quando Domingos da Guia jurava amor ao Bangu e assinava com o Vasco, porque queria ganhar dinheiro. Lógico! Todo mundo é profissional. Como assim, o Vasco entende que pode atrasar cinco meses de direitos de imagem e tudo está bem? É óbvio que isso explode.
Abel não tem sido capaz de fazer um time que faça gols. Oito marcados em 13 jogos é um escândalo. Mas a intranquilidade do time que mais finaliza na Copa do Brasil e que chutou de dentro da área 32 de suas 60 finalizações, justifica-se pela necessidade de fazer gols.
Abel pode até pedir demissão nesta sexta-feira, 13. Pode melhorar momentaneamente, mas não vai resolver. Não existe ambiente de trabalho da maneira como o Vasco está trabalhando. (Weber Andrade com texto editado de Blog do PVC)