Desde o início da gestão anterior, do prefeito Alencar Marim (Podemos), a ‘falência’ do Cemitério Municipal já era denunciada pelo jornalista Weber Andrade. Naquele ano, o prefeito precisou promover a exumação de corpos em dezenas de covas para abrir vagas no cemitério.
De lá pra cá a Prefeitura chegou a abrir novos espaços no cemitério, mas o número de mortes na cidade vem crescendo e se mantendo perto de uma por dia. Só no ano passado, foram 362 óbitos em Barra de São Francisco e mais de 60% deles exigiu sepultamento no cemitério da Sede. Embora muitas famílias tradicionais tenham túmulos no cemitério, aquelas que não têm, já não tem mais condições de fazer.
Em 2020, a Secretaria Municipal de Obras chegou a abrir mais espaço na parte baixa do cemitério, onde havia uma ruela, para abrigar novas covas, mas a medida foi paliativa, como reconheceu o secretário municipal de Serviços da época, Jair Fernandes Filho, o Fernando Carabina.
“O nosso cemitério é muito antigo e a cidade cresceu muito nos últimos 20 anos. O novo cemitério já deveria ter sido construído há pelo menos cinco anos, mas acabou sobrando essa demanda para a administração atual”, observa.
Preocupado com a situação, o prefeito atual, Enivaldo dos Anjos (PSD), não perdeu tempo. Ontem, 2, ele comunicou que já identificou e vai preparar uma área de 35 mil m², na Vila Luciene para a construção do novo cemitério da cidade com capacidade para atender a demanda do município “pelos próximos 100 anos”.
No mês de janeiro de 2021 foram sepultadas 29 pessoas no atual cemitério municipal de Barra de São Francisco, projetando um volume superior ao ano de 2020, quando foram feitos 252 sepultamentos, segundo a administração do local. Isso significa que o espaço, atualmente, disponível será preenchido ainda no primeiro semestre deste ano. Por isso, o prefeito tem pressa.
“Se mesmo tendo atravessado períodos de maior mortalidade, a área de 20 mil metros comportou os sepultamentos por 40 anos, não é demais projetar que uma área 50% maior, utilizando outra configuração de cemitério, possa comportar a demanda dos próximos 100 anos”, disse Enivaldo, que quer o novo cemitério municipal funcionando no modelo parque, sem túmulos, mas com sepulturas planas e sem construções.
Para o prefeito, é preciso modernizar a cidade até mesmo num ambiente que marca a despedida da vida terrena. “As sepulturas deveriam ser canteiros de flores para lembrar, com alegria, os bons momentos passados com aquele ente querido. É isso que queremos para o novo cemitério, cujo nome vamos abrir às sugestões da comunidade”, disse Enivaldo.
História – Inaugurado em meados da década de 70, há mais ou menos 47 anos, o cemitério da Sede do município de Barra de São Francisco está à beira da morte. No início do ano passado, o gerente do local, Prudente e outros funcionários confirmaram à nossa reportagem que existiam menos de cem vagas no local. (Weber Andrade com José Caldas da Costa)