O Brasil teve seu melhor dia nas Paralimpíadas de Tóquio nesta sexta-feira, 27. Foram nove medalhas, sendo cinco de ouro que fizeram o país dar um salto no quadro de medalhas, da décima para a sexta posição.
O desempenho foi puxado pela estreia do atletismo, que somou quatro ouros (Petrúcio Ferreira, Silvânia Costa, Yeltsin Jacques e Wallace Santos) e dois bronzes (Washington Júnior e João Victor Teixeira). A natação completou as conquistas brasileiras com um ouro (Wendell Belarmino), uma prata (Gabriel Bandeira) e um bronze (Carol Santiago).
E o Brasil ainda teve uma vitória importante sobre o Canadá no tie-break na estreia do vôlei sentado feminino. Teve também uma vitória sobre a Argélia no goalball masculino garantindo a classificação para as quartas de final e um empate com o Japão no goalball feminino. Teve medalhas garantidas no tênis de mesa e estreia de mais modalidades.
Ouro e emoção de Petrúcio Ferreira
Atleta paralímpico mais rápido da história, Petrúcio Ferreira conquistou o bi dos 100m rasos T47, para pessoas com deficiência nos membros superiores. Porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura, ele se emocionou e chorou muito, revelando que sofreu uma lesão de grau dois na coxa direita pouco antes dos Jogos. Ele queria bater o próprio recorde mundial de 10s42, mas ainda estabeleceu novo recorde das Paralimpíadas, com 10s53.
E ainda teve dobradinha com Washington Júnior na terceira posição, com 10s68. Ele testou positivo para covid-19 às vésperas do embarque para o Japão, mas conseguiu se recuperar em tempo de disputar os Jogos e chegar ao pódio.
Abrindo com chave de ouro
Horas antes da vitória de Petrúcio, o Brasil conquistou o primeiro ouro do atletismo das Paralimpíadas de Tóquio. Yeltsin Jacques dominou os 5.000m T11, para atletas cegos. Quinto colocado na Rio 2016, ele contou com os guias Laurindo Nunes Neto e Carlos Antonio dos Santos para ser campeão no Japão com recorde das Américas (15m13s62).
Silvânia é bicampeã
Campeã na Rio 2016 e atual recordista mundial, Silvânia Costa confirmou o favoritismo e se tornou bicampeã paralímpica do salto em distância T11, para atletas cegos. Ela queimou os dois primeiros saltos, mas cresceu na disputa e cravou 5m no quinto voo para ficar com o título, o primeiro de uma brasileira em Tóquio.
Ouro e recorde mundial para Wallace
O quarto ouro do atletismo brasileiro veio com recorde mundial. Décimo colocado na Rio 2016, Wallace Santos conseguiu 12,63m no arremesso do peso F55, para atletas que competem em cadeira. O Brasil também conseguiu um bronze no arremesso do peso, só que na classe F37, para paralisados cerebrais andantes. João Victor Teixeira conseguiu 14,45m e quebrou o recorde das Américas.
Natação soma mais três medalhas
Campeão mundial, Wendell Belarmino se tornou também campeão paralímpico dos 50m livre S11, para atletas cegos, cravando 26s03. Ouro nos 100m borboleta S14 na quarta-feira, Gabriel Bandeira voltou ao pódio com uma prata nos 200m livre S14, para pessoas com deficiência intelectual. A terceira medalha da natação brasileira nesta sexta foi um bronze de Maria Carolina Santiago nos 100m costas S12, para pessoas com deficiência visual.
Abrindo bem os Jogos
Além do atletismo e do vôlei sentado, a sexta marcou a estreia de alguns esportes, como remo, tiro com arco, judô e tênis sobre cadeira de rodas. O destaque brasileiro nessas provas foi Rene Pereira, que venceu sua bateria no skiff simples PR1 e avançou direto à final da classe para remadores com função mínima ou nenhuma função de tronco que impulsionam o barco principalmente por meio da função de braço e ombro. Jane Karla Gogel também teve bom desempenho no ranqueamento do arco composto individual do tiro com arco, ficando na quarta posição e avançando direto às oitavas de final. (Da Redação com ge)