Ao contrário que nossa reportagem havia apurado na semana passada, a esteticista Jamilla Ferreira, morta na noite da segunda-feira, 25 de outubro, após um tiroteio no córrego Bonfim, em Águas Claras, distrito de Águia Branca, na região Noroeste do Estado não foi morto por ‘queima de arquivo’.
“Eles (os assassinos) foram lá para matar os dois, é evidente. A Jamilla levou mais de 20 tiros e morreu na porta do quarto, já o Erivelton, tentou escapar pela janela mas também levou muitos tiros”, relata um morador do distrito que teve aceso ao local e às fotos do casal morto.
Ainda de acordo com investigações feitas pela nossa reportagem, o outro casal que estava na residência na hora do tiroteio continua em Águas Claras e proibido de sair do distrito sem autorização policial.
“Eu vi eles lá, perguntei o que eles ainda estavam fazendo em Águas Claras e ela me disse que foram proibidos de sair do distrito. Se fosse eu já tinha metido o pé, vai que esse povo volta para queimar os arquivos”, aconselha uma moradora que conhecia também o casal assassinado.
“A Jamilla morava no Campo Novo, separou do marido e foi morar com esse cara há mais de 10 anos atrás, só que ele, além de traficante, era estuprador e assassino, entre outras coisas. ela também passou a gostar de drogas e por isso não conseguia largar do Erivelton”, conta uma conhecida dele que pediu sigilo sobre a sua identidade.
Os dois tinha um caso há mais de 10 anos e Erivelton tinha saído da cadeia, onde cumpria pena por homicídio, há poucos dias.
“Ele tinha muitos ‘BOs’ aqui em Barra de São Francisco e, quando saiu da cadeia devia ter ido para outro Estado, para longe, pois sabia que tinha gente querendo matá-lo”, conta um conhecido de Erivelton.
Já uma amiga da mãe dele, afirma que a mãe fazia de tudo e que Erivelton chegou a ensinar o filho dela, que era estagiário na penitenciária, a dirigir. “Ele chegou a frequentar minha casa, era muito educado, mas quando fiquei sabendo da ficha dele, pedi para meu filho se afastar”, conta a mulher.
Circularam informações de que Jamilla teria sido funcionária da Câmara de Barra de São Francisco, mas esta informação foi negada pelo ex-presidente da Casa, Juvenal Calixto Filho. No entanto, na página dela no Facebook ela tem uma foto de apoio a Juvenal para prefeito, na eleição do ano passado, quando o ex-vereador foi derrotado por Enivaldo dos Anjos.
A ocorrência foi atendida pela Polícia Militar do 11º Batalhão, sediado em Barra de São Francisco, que recebeu a informação de um tiroteio em Águas Claras com duas vítimas e o caso está sendo apurado pela 14ª Delegacia Regional da Polícia Civil (DRPC), de Barra de São Francisco.
Um experiente policial, que conhece bem o histórico das duas vítimas, também acredita que o matador já tenha ido determinado a assassinar tanto Erivelton quanto Jamilla, que era esteticista.
Levantamentos preliminares no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) dão conta de que Erivelton foi condenado por homicídio qualificado e, durante o período em que cumpria o regime semiaberto, voltou a cometer a mesma natureza de crime, razão pela qual teve negada pelo 1ª Câmara Criminal, nos autos do processo 0002912-06.2007.8.08.0008 (008.07.002912-2), a concessão de habeas corpus para cumprimento da pena em prisão domiciliar. (Da Redação)
