Os dados definitivos do Censo Agropecuário 2017 do IBGE foram divulgados está semana e mostraram as grandes mudanças ocorridas no campo em todo o país. A partir de hoje, 27, a nossa reportagem vai mostrar os números dessa mudança no Espírito Santo, nos últimos 44 anos, ou seja, desde o primeiro censo do setor, em 1975, passando pelo penúltimo censo, em 2006.
Apesar do êxodo rural ser um dos destaques do censo nacional, no Espírito Santo foi registrado um incremento na ocupação, notadamente nos últimos 11 anos, ou seja desde 2006. De 1975 até meados da década passada o aumento no número de pessoas em atividade no campo foi de apenas 5,5 mil pessoas, passando de 312 mil para 317, 5 mil. Mas em 2017 havia 357 mil vivendo da agropecuária, um crescimento de 14,48% em relação à década de 70 e de 40 mil pessoas desde 2006.

Bovinocultura – O maior destaque do censo fica para a mudança de perfil na pecuária. O rebanho bovino, por exemplo, teve uma redução de 22,51%, passando de 2.104.159 cabeças em 1975 para 1.610.374 em 2017. Só nos últimos 11 anos essa redução foi de 181 mil cabeças.
De positivo podemos destacar a eficiência na produção, já que a área utilizada no setor agropecuário teve uma redução de mais de 600 mil hectares (-15,52%) em 44 anos.
A produção de leite cresceu, mas o predomínio ainda é da pecuária de corte. Em 44 anos a produção de leite subiu de 2.720.000 para 4 milhões de litros. Só nos últimos 11 anos houve um incremento de 670 mil litros na produção leiteira.

Suínocultura – A criação de porcos, por sua vez, apresentou redução ainda maior no Estado. Desde 1975 o número de porcos caiu de 522 mil para 235 mil cabeças (-54,93%). A atividade, no entanto, apresentou uma ligeira recuperação nos últimos 11 anos. Em 2006 o rebanho era de 227 mil cabeças.

Avicultura – Em um Estado pequeno em território, é natural que a avicultura tenha crescido substancialmente, já que a criação de galinhas ocupa muito menos espaço. De 1975 até 2017 o número de aves (galinhas, galos e frangos) cresceu 591,38%.
Na década de 70 o censo apontava pouco mais de 50 mil cabeças e, em 2017 foram registradas 352.260 aves.
O destaque fica na produção de ovos. Hoje o Estado tem a segunda maior produção do país. Em 1975 a produção era de 16 mil dúzias, passou para quase 142 mil em 2006 e registrou 389 mil dúzias em 2017, um aumento de 2.415%.

Lavouras – Apesar dos altos e baixos nos preços do café, principal produto agrícola do Estado, a área ocupada com lavouras permanentes cresceu 68,54% desde 1975. Naquele ano a área plantada com lavouras perenes era de 334 mil hectares e, em 2017 esse número subiu para 563 mil hectares. Vale ressaltar que, em 2006, esse número era maior, 565,7 mil hectares.
Por outro lado, a área de lavouras temporárias diminuiu pela metade desde o primeiro censo: De 319.935 para 151.748 hectares em 44 anos.

Pastagens – A evolução no plantio de capim foi o grande diferencial no campo. A área de pastagem natural teve uma redução de 99,6%, passando de 1,5 milhão de hectares em 1975 para 120 mil hectares em 2006 e apenas 5,5 mil em 2017.
Naturalmente o cultivo de capim ocupou o espaço. A área de pasto cultivado subiu de 557,7 mil hectares em 1975 para 1,467 milhão de hectares no último censo, com um incremento de mais de 240 mil hectares apenas entre 2006 e 2017.

Mecanização – Para aumentar a produção e a produtividade no campo a mecanização teve que evoluir substancialmente. O número de tratores subiu de 1.940 tratores registrados em meados da década de 70, para 24.319 em 2017. De 2006 para cá esse número aumentou em quase 12 mil máquinas. (Weber Andrade com dados do Censo Agropecuário 2017 do IBGE)
Estabelecimentos rurais
1975 – 60.585
2006 – 84.361
2017 – 108.014
Diferença: 78,28%
Área (ha)
1975 – 3.838.840
2006 – 2.839.854
2017 – 3.246.763
Diferença: -15,52%
Lavouras Permanentes (ha)
1975 – 334.063
2006 – 565.760
2017 – 563.052
Diferença: 68,54%
Lavouras temporárias (ha)
1975 – 319.935
2006 – 186.074
2017 – 151.748
Diferença: -52,51%
Pastagens naturais (ha)
1975 – 1.572.779
2006 – 120.156
2017 – 5.504
Diferença: -99,6%
Pastagens plantadas (ha)
1975 – 557.784
2006 – 1.221.430
2017 – 1.467.568
Diferença: 163,1%
Matas naturais (ha)
1975 – 439.628
2006 – 414.281
2017 – 562.384
Diferença: 27,92%
Matas plantadas (ha)
1975 – 98.388
2006 – 186.354
2017 – 252.188
Diferença: -156,32%
Rebanhos (Unidade)
Bovino
1975 – 2.104.159
2006 – 1.791.501
2017 – 1.630.374
Diferença: -22,51%
Suíno
1975 – 522.336
2006 – 227.107
2017 – 235.419
Diferença: -54,93%
Galináceos
1975 – 50.950
2006 – 164.410
2017 – 352.260
Diferença: 591,38%
Produção animal
Leite (Litros)
1975 – 2.720.360
2006 – 3.235.730
2017 – 4.004.330
Diferença: 147,1%
Ovos (Mil dúzias)
1975 – 16.113
2006 – 141.894
2017 – 389.205
Diferença: 2.415,4%
Trator
1975 – 1.940
2006 – 11.957
2017 – 24.314
Diferença: 1.253,3%
Pessoal ocupado
1975 – 312.062
2006 – 317.568
2017 – 357.258
Diferença: 14,48%
Fonte: Censo Agropecuário 2017/IBGE