Ministra do Planejamento irá acompanhar Lula em viagem ao país e diz que o governo já está em tratativas com grupos chineses
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta 6ª feira (9.mai.2025) que a China tem grande interesse em investir no sistema ferroviário brasileiro. De acordo com ela, os ministros dos Transportes, Renan Filho, e da Casa Civil, Rui Costa, já estão em tratativas com grupos do país asiático.
“Não há recurso público para fazer ferrovias. O Brasil precisa do investimento privado e estrangeiro. E a China também ganha com isso”, disse Tebet em participação do programa “Poder em Pauta”, da Carta Capital. “Eles estão interessados em ajudar a rasgar o Brasil por ferrovias”, declarou. A China é o maior parceiro comercial do Brasil.
Quando questionada sobre a guerra comercial iniciada por Donald Trump, a ministra afirmou que o mundo vai ficar mais caro. Por outro lado, disse acreditar que o Brasil pode se favorecer com o cenário. “Pode vender mais para a China e para os Estados Unidos”, declarou.
RUMO À CHINA
Tebet vai acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em viagem à China. O petista está na Rússia e embarca rumo ao próximo destino no sábado (10.mai). A ministra do Planejamento afirmou que a discussão sobre ferrovias será um dos eixos de trabalho da viagem.
Lula vai participar de fórum da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) com a China. Também tem uma reunião bilateral com o presidente Xi Jinping.
ROTAS DE INTEGRAÇÃO
A visita de Lula é realizada no momento em que o Brasil discute as Rotas de Integração na América do Sul. Os projetos pretendem reduzir custos logísticos, ampliar o comércio regional e aproximar o continente da Ásia.
De acordo com Tebet, “falta muito pouco” para as rotas serem concluídas. A estimativa oficial é até 2026, fim do atual mandato do presidente.
O único projeto que não está dentro do prazo é a Rota 1, ou das Guianas. Ela pretende conectar a região norte, incluindo Manaus e Macapá, à Venezuela, Guiana e Guiana Francesa. A ministra afirmou que a logística brasileira já está preparada. “O problema é que a antiga Guiana Inglesa tem a questão da reserva ambiental”, disse.