O Brasil deverá produzir 53,9 milhões de sacas de 60 kg de café em 2019, estimou nesta quinta-feira, 11 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em um ajuste de cerca de 1% frente à previsão divulgada em março, motivado por uma maior colheita do arábica. Os números divergem do boletim divulgado em janeiro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nhoque tange ao Espírito Santo. Ela estimou em janeiro a produção de café do Brasil em recorde para anos de bienalidade negativa, com um volume entre 50,48 milhões e 54,48 milhões de sacas.
O Espírito Santo, segundo maior produtor de cafés do país, deverá responder por 25% a 30% desse total, uma vez que expectativa de produção para este ano é, em média, de 13,6 milhões de sacas – num intervalo de 12,48 milhões a 14,73 milhões de sacas, segundo a Conab.
Tal produção, se confirmada, corresponderá a 26% do total da safra dos Cafés do Brasil, a qual está estimada entre 50,48 milhões e 54,48 milhões de sacas, tendo como safra média o volume de 52,48 milhões de sacas de 60kg, numa área de produção de 1,84 milhão de hectares com produtividade média de 28,49 sacas por hectare.
Com essa performance, a produção do Estado do Espírito Santo será composta por 3,23 milhões de sacas de café arábica e 10,37 milhões de sacas de café conilon (O IBGE prevê 10,1 milhões), o que permite apurar a safra média citada de 13,60 milhões de sacas.
Assim, a produção capixaba de café conilon corresponderá a 68% da safra média nacional dessa espécie, que está estimada em 15,34 milhões de sacas. E a produção de café arábica do Espírito Santo corresponderá a 9% da safra dessa espécie em nível nacional, estimada em 37,14 milhões de sacas.
Segundo o IBGE, a produção total do país, maior produtor e exportador de café, cairá 10% na comparação com o ano passado. “Apesar da queda, essa é uma boa produção para ano de bienalidade negativa para o café arábica”, comentou o IBGE em nota. Em 2018, ano positivo no ciclo da cultura, o país produziu um recorde de mais de 60 milhões de sacas.
Nessa estimativa está a produção capixaba, com 13,6 milhões de sacas em 2019, num intervalo estimado de 12,48 milhões a 14,73 milhões de sacas, numa área de produção estimada em 393,90 mil hectares. Assim, o Espírito Santo deverá ter uma produtividade média de 34,54 sacas por hectare.
Produção por variedade – A produção do café arábica foi estimada pelo IBGE em 38,7 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 1,3% em relação ao mês anterior. Frente a 2018, a produção dessa variedade deverá cair 13,8%, em decorrência da redução de 15,4% na produtividade média.
“Em março, São Paulo (segundo produtor de arábica do país atrás de Minas Gerais) elevou sua estimativa de produção em 9,5%, participando com 12,8% do total a ser colhido”, afirmou o IBGE, citando safra paulista de 5 milhões de sacas.
Já a produção mineira deve alcançar 27,3 milhões de sacas, com Minas Gerais registrando participação de 70,6% do total a ser produzido, segundo o IBGE.
Pelas previsões do IBGE, a safra brasileira de café robusta (conilon) foi estimada em 15,2 milhões de sacas de 60 kg, sem variação em relação ao mês anterior. Contudo, em relação a 2018, será 1,6% maior, com a produção do Espírito Santo prevista em 10,1 milhões de sacas de 60 kg – o estado é responsável por 66,4% da produção nacional dessa variedade.
A estimativa das produções de Rondônia e Bahia foram de 2,4 e 2,2 milhões de sacas de 60 kg, respectivamente. Juntos, esses Estados, incluindo o Espírito Santo, devem responder por 96,3% da produção brasileira de café conilon em 2019.
Qualidade alta x preço baixo
A qualidade do café produzido pelo Brasil vem melhorando graças aos esforços dos produtores, cada vez mais conscientes da necessidade da agregação de valor à sua produção.
O IBGE lembrou que os produtores estão apreensivos com os preços do produto, oscilando perto de mínimas de 13 anos na bolsa de Nova York, em função da grande oferta no mercado, após a safra recorde do Brasil. Os valores chegam a ficar abaixo do necessário para cumprir com os compromissos assumidos com as lavouras. (Weber Andrade com Agência Brasil)