A poluição sonora e visual que tomou conta do centro de Barra de São nos últimos dias chegou ao cúmulo na manhã desta quinta-feira, quando um empresário do setor de farmácia ocupou as calçadas e parte da avenida Jones dos Santos Neves, em frente ao Banco do Brasil para fazer o sorteio de brindes aos clientes.
A ação, apoiada por uma rádio local e ancorada em um locutor, ocupou a frente de vários outros comércios nas proximidades da farmácia, provocando confusão e dificuldade de atendimento para os lojistas. Ousado, o proprietário da farmácia mandou até seu locutor dizer que estava ameaçado de não fazer os sorteios por causa da reclamação de um empresário vizinho.
A secretária municipal de Fazenda, Gardiane Oliveira, foi acionada e, acompanhada por fiscais, disse ao proprietário da farmácia que ele estava cometendo várias irregularidades e se não parasse as atividades seria notificado e denunciado ao Ministério Público. De acordo com testemunhas, o proprietário disse que não iria acatar o pedido da secretária e que “não estava preocupado com o MP”.
Poluição – O site O Contestado publicou nesta quarta-feira, matéria mostrando a insatisfação dos transeuntes e moradores do centro com a poluição sonora e visual.
“É um absurdo isso”, afirma um morador das proximidades da rodoviária, que reclama do barulho e também do congestionamento provocado pelo cortejo feito pelo locutor que trabalha para a rede de farmácias que causou a confusão desta manhã.
O produtor de áudio e vídeo Clodoaldo Lemes, expôs esta semana, sua indignação na página do grupo Facebronka, no facebook. “Pessoas andam moribundas, nervosas e tensas por conta de pessoas que abusam da liberdade. São carros e motos com som, ao qual o próprio condutor fala ao microfone, enquanto conduzem pelas ruas colocando em risco a sociedade. Shows pirotécnicos, onde locutores são as próprias espoletas provocando barulho intenso. Sou produtor de áudio e vídeo, e digo com propriedade, está anormal esta situação. Não há respeito, limites e muito menos a presença do estado fiscalizando. Meu Estúdio tem Alvará, será que os que usam destas atividades em frente lojas e nos carros tem? Caso tenha, podem abusar do barulho?”, indaga.

Finalizando, Lemes disse: “Fica meu protesto, e minhas condolências pela morte do sossego, do respeito e da pacificação social”.
O Código de Posturas do Município prevê o uso de equipamentos de som em todas as áreas – residencial, comercial, industrial – com limites de decibéis durante o dia e à noite. Cabe à prefeitura fiscalizar.
Folhetos – Além dos carros de som, vários acompanhados por locutores profissionais, a cidade está tomada por folhetos de propaganda de lojas de eletrodomésticos, supermercados e outros comércios. “Não aguento mais retirar tanta sujeira do beco lá de casa”, reclama um morador do centro que diz receber pelo menos dez folhetos diariamente. (Weber Andrade)