A paineira rosa (chorisia speciosa), mais conhecida como barriguda, pelo seu tronco “gordo”, localizada na cabeceira da ponte do sobre o rio Itaúnas, na Vila Landinha, já começou a preparar o seu espetáculo anual, a florada que enche os olhos da população no mês de maio. Com mais de 70 anos, a árvore nasceu praticamente junto com a cidade e hoje tem mais de 20 metros de altura e cerca de dez metros de circunferência na parte mais larga do tronco.
Em maio, sua floração enche os olhos de quem passa pela avenida Castelo Branco, na Vila Landinha. Desde o início da semana ela começou a liberar os botões de sua flores. Até o final do mês que vem, ele ficará totalmente rosada, soltando suas folhas. Quando terminar a floração, a chorisia ficará pelada, ou seja, sem flores e sem folhas, apenas frutos. Mas até lá, o espetáculo é garantido.
Mas não é só ela, em vários pontos da cidade e na rodovia Es-080, existem dezenas de paineiras com flores que vão do branco ao rosa profundo (caso da paineira na beira da ponte).

Moradores da Vila Landinha estimam que a paineira rosa esteja ali, ao pé da ponte sobre o rio Itaúnas, desde que o município se emancipou, em 1943. “Eu não sei quem plantou, penso que pode ter sido o senhor Carlílio (Carlito) Oliveira, que morava ali perto”, arrisca o aposentado Cícero Heitor Pontes Pereira, que foi servidor da antiga Gecofa e Emespe, bem perto do local onde está o exemplar da chorisia speciosa – mais conhecida como barriguda, ou paineira rosa.
A beleza de sua floração, que acontece sempre no mês de maio, e seu porte majestoso, encantam a todos os que passam pela avenida Castelo Branco. As flores, de cor rosa muito vivo, destacam-se a longa distância.
“Eu a conheço desde que vim morar aqui na Vila Landinha, há mais de 50 anos. Ela ainda era bem pequena, mas já dava muitas flores”, comenta o servidor público, Darcy Ribeiro.

Para o comerciante Denilson Teodoro, a barriguda é o principal cartão postal de Barra de São Francisco e orgulho dos moradores do bairro Vila Landinha.
“Eu nasci aqui e desde que me entendo por gente, ela está ali. Penso que a prefeitura deveria colocar informações sobre ela, embelezar o local”, sugere.
Paineiras – São árvores de até 30 metros de altura, tronco cinzento-esverdeado com estrias fotossintéticas e fortes acúleos rombudos, muito afiados nos ramos mais jovens.
O tronco das paineiras tem boa capacidade de sintetizar clorofila (fazer fotossíntese) e tem coloração esverdeada até quando tem um bom porte; isto auxilia o crescimento mesmo quando a árvore está despida de folhas; é comum, também, paineiras apresentarem uma espécie de alargamento na base do caule, daí o apelido “barriguda”.
As folhas são compostas palmadas e caem na época da floração. As flores são grandes, com cinco pétalas rosadas com pintas vermelhas e bordas brancas. Há uma variedade menos comum, com flores brancas.
Os frutos são cápsulas verdes, que, quando maduras, rebentam (deiscentes), expondo as sementes envoltas em fibras finas e brancas que auxiliam na flutuação e que são chamadas paina.
A partir dos vinte anos de idade, aproximadamente (sudeste brasileiro), os espinhos costumam começar a cair na parte baixa do caule e, gradualmente, também caem nas partes mais altas da árvore, com o engrossamento da casca. Diz-se, no Brasil, que isto permite à árvore receber ninhos de pássaros, o que seria impossível de acontecer quando esta tinha espinhos longos e pontiagudos; assim, flores e frutos já não estão presentes, mas a árvore continua a dar sua contribuição à natureza hospedando os passarinhos. Esta não é uma regra para todas as paineiras; algumas paineiras com mais de vinte metros, por exemplo, continuam com espinhos muito grandes na parte baixa, provavelmente como defesa de insetos do local. (Weber Andrade)