
Quem tem mais de 40 anos de idade, com certeza, há de se lembrar do policiamento feito a pé por policiais militares nas ruas de todas as cidades capixabas, com duplas de policiais andando juntas nas principais ruas e avenidas.
A presença constante dos policiais nas ruas, a pé, trazia uma sensação melhor de segurança aos comerciantes e cidadãos em geral, mas o modelo acabou sendo abandonado na década de 90.
Porém, esta semana, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, atendeu a um convite especial do deputado estadual Bruno Lamas (PSB) e participou, ao lado de moradores e comerciantes, de uma reunião na Grande Jacaraípe, na Serra para debater propostas de melhoria no policiamento dda região, onde moram mais de 60 mil habitantes.
Indagado pelos comerciantes, Caus garantiu que vai ampliar o policiamento na avenida Abido Saadi, que atualmente passa por reforma, com até seis duplas de PMs, que circularão a pé pelo comércio local, no antigo modelo.
Questionado, Caus declarou que a fórmula usada pela PM para conter os crimes contra o patrimônio é o patrulhamento por meio de veículos ou a pé.
Para ele, ao circular pelo bairro com até seis duplas, os policiais têm uma visualização muito melhor da avenida, se comparado com a viatura, que passa a 40 km/h, e também a oportunidade de conhecer de perto os desafios da comunidade, ao conversar com os moradores.
O comandante-geral também destaca que é importante o registro dos boletins de ocorrências. Segundo ele, a Operação Sentinela, que tem o apoio do Ministério Público do Espírito Santo, pode ser usada no bairro, permitindo o cumprimento de mandados de busca e apreensão nas casas dos suspeitos de crimes.
“Conseguimos algo inédito: pela primeira vez, um comandante-geral da PM foi até o bairro de Jacaraípe para conhecer de perto os desafios dos moradores e comerciantes em relação ao aumento da criminalidade no bairro”, comemorou Bruno, anfitrião do encontro.
Estudo
Para dar uma resposta concreta à comunidade, o coronel pediu um estudo da 14ª Cia da PM, responsável pelo bairro, sobre os trechos que precisam de apoio. Ele garantiu que, a partir do monitoramento, vai disponibilizar o efetivo para o policiamento a pé, nos trechos interditados, para dar mais segurança aos moradores e comerciantes.
“Vamos fazer um rearranjo do policiamento comunitário e tentar deslocar o policiamento ostensivo a pé, de uma a duas vezes por semana. Preciso, primeiro, do mapeamento e diagnóstico dos locais”, frisou.
Segundo ele, assim que o problema da falta de mobilidade for resolvido, com o fim das interdições, o patrulhamento com monitoramento ostensivo motorizado será retomado no bairro.
Ele lembrou, ainda, que o policiamento só não é mais eficaz porque há falta de efetivo em todo o Estado. “Tínhamos 10.100 homens, em 2017. Hoje, são 7.560. O governo passado desceu a ladeira, literalmente”, declarou.
Para resolver o problema da falta de efetivo, Caus destacou que, recentemente, o atual governo liberou 560 vagas para soldados, comprou novas viaturas e equipamentos.
Sobre o assunto, Bruno aproveitou para fazer outro pedido. “Temos um sonho aqui em Jacaraípe: nós queremos ter um batalhão na nossa orla para dizer que é nosso”, declarou.
Além de Caus, o diretor-presidente do Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES), Luiz Cesar Maretto, também participou do encontro. Ele recebeu um relatório detalhado em que constam 19 itens com preocupações de moradores e comerciantes em relação à reforma da Abido Saadi. Uma nova reunião será realizada hoje, 29, para discutir o assunto. (Da Redação com Ascom/Bruno Lamas)