Apesar de serem a grande maioria da população do Espírito Santo, os pardos (51,1%) e os negros (11%) não alcançam resultados proporcionais em indicadores sociais e econômicos no Espírito Santo, assim como em todo o Brasil. Em 2018, 37,1% da população do Espírito Santo era branca; 11,0%, preta; e 51,1%, parda. Esses três grupos juntos representavam 99,2% do total de moradores do Estado.
A desigualdade de cor ou raça é observado com clareza na representação política em cargos legislativos (o estudo não apontou ocupantes de cargos Executivos) no Espírito Santo. A maior fatia dos cargos é ocupada por vereadores: Apenas 10% dos deputados federais, 36,7% dos deputados estaduais e 37,9% dos vereadores eleitos eram pretos ou pardos no ano passado.

Esses dados são do estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que faz uma análise das desigualdades entre brancos e pretos ou pardos ligadas a trabalho, distribuição de renda, moradia, educação, violência e representação política. (Confira mais dados do ES no link file:///C:/Users/Usuario/Downloads/Release%20Cor%20ou%20ra%C3%A7a_ES_Final.pdf )
No Brasil, o quadro também é de sub-representação da população preta ou parda na Câmara dos Deputados, nas assembleias legislativas estaduais e nas câmaras de vereadores. Não é possível atribuir a sub-representação desse grupo populacional unicamente a uma ausência de candidaturas disponíveis, pelo menos no que tange às eleições legislativas proporcionais de 2014 a 2018. Há uma proporção maior de candidaturas de pessoas pretas ou pardas para os cargos de deputado federal (39,4%), deputado estadual (55,0%) e vereadores (50,3%) do que candidatos com esse perfil efetivamente eleitos.
Porém, enquanto 12,8% das candidaturas a deputado federal de pessoas brancas dispuseram de receitas iguais ou superiores a R$ 1 milhão, entre as candidaturas de pessoas pretas ou pardas apenas 1,6% contaram com, pelo menos, esse valor.
Dentre as candidaturas que dispuseram de receita igual ou superior a 1 milhão de reais, apenas 7,7% eram de candidatos pretos ou pardos.
As análises desse estudo estão concentradas somente nas desigualdades entre brancos e pretos ou pardos, devido às restrições estatísticas impostas pela baixa representação dos indígenas e amarelos no total da população quando se utilizam dados amostrais. (Weber Andrade com IBGE)