As regiões do extremo sudeste e extremo norte capixabas apresentaram a menor cobertura florestal natural, no Relatório do Inventário Florestal Nacional do Estado do Espírito Santo (IPN-ES) apresentado recentemente pela Superintendência Federal de Agricultura Pecuária e Abastecimento (SFA/ES), em Vitória. O IFN é um dos principais levantamentos realizados para produzir informações sobre os recursos florestais brasileiros, avaliando a qualidade e as condições das florestas e sua importância para as pessoas.
A região de Montanha, no extremo norte do Estado ficou com a pior cobertura, apenas 6%, enquanto que Itapemirim, no sudeste, ficou com 11%.
Em Barra de São Francisco e entorno, a cobertura florestal natural também é baixa: apenas 14%, com mínima de 5% em Ponto Belo e máxima de 23%, em Águia Branca. Barra de São Francisco entra com 18% de cobertura. (Veja tabela mais abaixo).
Os municípios de Marechal Floriano, Santa Leopoldina e Sooretama possuem as maiores proporções de seus territórios cobertos por florestas (53%, 51% e 49%, respectivamente). No lado de baixo da tabela, estão Ponto Belo, (5%), Mucurici (4%) e Marataízes (3%). A média do Estado é de 23% de cobertura florestal.
Confira aqui o documento completo.
A coleta de dados foi feita em florestas naturais e plantadas, incluindo a coleta de amostras botânicas e do solo. Essa coleta de dados foi realizada em 121 pontos amostrais, distribuídos a cada 20 quilômetros de distância sobre todo o território estadual, no período de março de 2014 a julho de 2015, tornando o estudo de abrangência nacional. O levantamento de dados de campo ocorreu em todo o Estado, numa área de 46 mil quilômetros quadrados e nos 78 municípios capixabas.
Para o subsecretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Elber Tesch, conhecer e monitorar nossas florestas são deveres fundamentais e um desafio a ser enfrentado. “As informações produzidas no inventário vão servir para ajudar na formulação de políticas públicas e nas estratégias para recuperação, conservação e o uso sustentável dos recursos florestais. Além de contribuir nas pautas ambientais internacionais em temas, como manejo sustentável das florestas, mudanças do clima e da biodiversidade”, afirma.
No trabalho realizado, foi identificado que 23% da extensão territorial do Espírito Santo, ou seja, 1 milhão de hectares, têm cobertura de floresta natural. O Estado está sob o domínio da Mata Atlântica, com predomínio da Floresta Ombrófila Densa, distribuída nas variadas condições de altitude do território e também conta com floresta plantada de produção.
De acordo com o diretor-presidente do Idaf, Mário Louzada, o levantamento é de extrema importância para os trabalhos de recuperação e conservação das florestas no Estado. “As informações presentes no inventário serão utilizadas como uma das diretrizes na implementação do Programa de Regularização Ambiental (PRA). Poderão agregar em planos de manejo sustentáveis e na implementação de políticas estratégicas, visando à proteção dos recursos naturais”, enfatiza.
Dados IFN
O estado do Espírito Santo é composto por 78 municípios e sua população totaliza 4.016.356 habitantes (IBGE, 2017). Localizado na região Sudeste, sua extensão territorial é de 46.089,39 quilômetros quadrados, onde estão situadas 105 unidades de conservação.
A coleta de dados socioambientais foi feita por meio de entrevistas domiciliares com o objetivo de obter informações sobre o uso local e a percepção sobre os recursos florestais. Para aplicação do questionário socioambiental, foram selecionados aleatoriamente, sempre que possível, quatro domicílios em um raio de 2 km de cada conglomerado. Foram entrevistados 318 moradores rurais que vivem no entorno dos pontos amostrais de coleta de dados do IFN-ES.
O documento foi realizado graças a uma parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), por meio de um trabalho conjunto com as Secretarias do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), e da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag); Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), o Herbário VIES da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Projeto de Apoio ao IFN, com recursos do Global Evironment Facility (GEF), administrados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO Brasil). (Weber Andrade com Secom/ES)