Em 2018, 37,1% da população do Espírito Santo era branca; 11,0%, negra; e 51,1%, parda. Esses três grupos juntos representavam 99,2% do total de moradores do Estado.
Esses dados são do estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que faz uma análise das desigualdades entre brancos e pretos ou pardos ligadas a trabalho, distribuição de renda, moradia, educação, violência e representação política.
As análises desse estudo estão concentradas somente nas desigualdades entre brancos e pretos ou pardos, devido às restrições estatísticas impostas pela baixa representação dos indígenas e amarelos no total da população quando se utilizam dados amostrais.
No Espírito Santo, entre 2016 e 2018, a taxa de analfabetismo das pessoas pretas ou pardas de 15 anos ou mais de idade passou de 6,8% para 6,1%, mas ainda é maior que a de pessoas brancas (4,4%). (Veja detalhes mais abaixo)
Também não há igualdade de cor ou raça na representação política: apenas 10% dos deputados federais, 36,7% dos deputados estaduais e 37,9% dos vereadores eleitos eram pretos ou pardos. (Veja mais em https://ocontestado.com/negros-e-pardos-ocupam-menos-de-um-terco-dos-cargos-politicos-no-es/
Rendimentos – Em Barra de São Francisco, todos os dias, às vezes antes do raiar do sol, mais de 30 pessoas saem pelas ruas buscando materiais recicláveis para conseguir alguma renda. É o caso de Maria M. (nome fictício), que desce o morro todos os dias em busca de latinhas de alumínio. Sem renda fixa, ela busca as latinhas para conseguir comprar comida para si e lamenta que não consegue emprego porque não tem estudo e nem saúde. Consegue arrecadar menos de R$ 3 ao dia com as latinhas, mas não desiste. “Se não fizer isso, falta o que comer”, admite.
O rendimento médio mensal das pessoas brancas ocupadas (R$ 2.485) foi 52,5% superior ao da população preta ou parda (R$ 1.629).
A taxa de desocupação das pessoas pretas ou pardas (13,2%) era quase o dobro da taxa das pessoas brancas (7,1%). A taxa composta de subutilização da população preta e parda (22,0%) era maior do que a dos brancos (13,4%).
Em relação à distribuição de renda, os pretos ou pardos representavam 77% do grupo formado pelos 10% da população com os menores rendimentos e apenas 36,8% dos 10% da população com os maiores rendimentos.
O rendimento médio domiciliar per capita da população branca (R$ 1.753) era quase 75% maior do que o da população preta ou parda (R$ 1.006).
A proporção de pretos ou pardos com rendimento inferior às linhas de pobreza, propostas pelo Banco Mundial, foi quase o dobro da proporção de brancos. Na linha de US$ 5,50 diários, a taxa de pobreza era 13,3% para brancos e 25,3% para pretos ou pardos.
Já na linha de extrema pobreza, enquanto 2,5% das pessoas brancas tinham rendimentos inferiores a US$ 1,90 diários, 4,8% da população preta ou parda estava abaixo dessa linha.
Para mais informações, acesse a publicação completa e o material de apoio no endereço (https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/)
Estudantes negros vivenciam mais
experiências violentas do que brancos
Mais de dois terços dos alunos pretos ou pardos estudavam em estabelecimentos localizados em área de risco em termos de violência. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2015 traz uma série de indicadores a respeito dos estudantes que frequentam o 9º ano do ensino fundamental, revelando que pretos ou pardos vivenciavam mais experiências violentas do que brancos.
Quando perguntados se estiveram envolvidos em briga na qual alguma pessoa usou arma de fogo, nos 30 dias anteriores à pesquisa, a resposta foi afirmativa para 4,7% dos estudantes brancos e para 4,9% dos pretos ou pardos. Quando a briga tinha uso de arma branca, os percentuais foram de 5,8% e 6,6%, respectivamente. Além disso, 11,0% dos estudantes brancos e 15% dos pretos ou pardos foram agredidos fisicamente por um adulto da família alguma vez, nos 30 dias anteriores à pesquisa.
Alunos pretos ou pardos somam 68,6% dos que estudavam em estabelecimentos localizados em área de risco em termos de violência, entre os estudantes brancos, esse percentual foi de 57,7%. (Weber Andrade com IBGE)