A Secretaria Municipal de Serviços (Semus), realizou esta semana, uma operação de limpeza das margens dos rios e córregos que cortam a Sede do município, inclusive com dragagem do canal da avenida Prefeito Adelino Coimbra, entre a ponte da rua Coronel Djalma Borges e a da Avenida Minervina Garcia, na entrada para a Vila Gonçalves.
A operação melhorou o escoamento da água, mas a mortandade de peixes, devido à falta de oxigênio na água, continua, como a nossa reportagem constatou na manhã desta quinta-feira, 19.
O prefeito Alencar Marim se disse preocupado com a situação dos cursos d’água, e disse que determinou à Semus que mantenha o serviço de limpeza das margens, mas salientou que a colaboração da comunidade é essencial para que a poluição diminua nos rios e córregos.
“Infelizmente, a ação da Prefeitura não é suficiente para salvar a vida dos peixes e manter os cursos d’água limpos. Dependemos muito da nossa comunidade e apelamos a todos para que evitem jogar lixo dentro dos rios”, disse Marim.
Há pouco menos de dois meses, no dia 17 de julho, nossa reportagem percorreu as margens dos rios Itaúna e São Francisco, no perímetro urbano de Barra de São Francisco e constatou que os dois rios enfrentam toda sorte de agressão humana, desde que a região começou a colonizada, por volta de 1920 e suas águas diminuem a cada dia.
Hoje, 19 de setembro, presenciamos a pior situação já enfrentada pelo rio nos últimos anos, principalmente o São Francisco, que virou comedouro para os urubus, que agora se alimentam das poucas tilápias que ainda conseguiam sobreviver nas águas imundas, mais esgoto do que água.
Vencidas pela falta de oxigênio enormes tilápias tombam sobre o barro preto e são devoradas pelos urubus diante de transeuntes incrédulos. “Nunca tinha visto uma coisa assim na minha vida. Já vi muitas tilápias buscando oxigênio no ar, mas agora, eles estão mortas e sendo devoradas”, lamenta uma senhora ao passar pela ponte da rua Prefeito Manoel Vilá, na manhã deste sábado.
Na foz do Itaúna, a situação não é diferente, os urubus saboreiam grandes tilápias em meio à lama preta que se forma no local. Um pouco acima, mas antes da ponte que liga o centro à Vila Gonçalves, um pequeno cardume de tilápias, ainda resiste, buscando no ar o oxigênio que não encontram na água. Dali para cima, até a ponte da Vila Landinha, os peixes praticamente desapareceram.
“Até os bagres africanos, acostumados a viver no esgoto, estão desaparecendo dos rios. Só tem lixo e esgoto, água mesmo acabou”, comenta um morador da margem do Itaúna.
Racionamento – A situação chegou a tal ponto que, se não chover rápido, o Governo Estadual terá que proibir qualquer tipo de irrigação acima da barragem da Cesan, sob pena de acontecer o racionamento de água para consumo humano já a partir de outubro”, afirma um técnico ambiental. (Weber Andrade)

