O projeto de recuperação e preservação de nascentes do rio Itaúnas, que já está com mais de 55 nascentes cercadas, através de uma ação comunitária encabeçada pelas pastorais da Igreja Católica, em parceria com o Comitê de Defesa da Bacia do rio Itaúnas, com apoio da Prefeitura de Barra de São Francisco completou 3 anos em março, mas, devido à pandemia do coronavírus, as atividades estão suspensas. O resultado do trabalho desses 3 anos, no entanto, já é comemorado pelos mais de 50 voluntários que por lá passaram e por um grupo mais seleto, que continua movendo o projeto.
No dia 10 deste mês, quando se comemorava o Dia das Mães, um dos primeiros proprietários a aderir ao projeto, Denilson Hastenreiter, gravou um vídeo, mostrando o resultado do trabalho de cercamento de uma nascente em sua propriedade. (Vejam no final da matéria, fotos de antes do cercamento na nascente).
“Olha o milagre irmãos”, comemora o líder do comitê, José Carlos Alvarenga, o Carlinhos, em relação ao vídeo. Ele promete retomar os trabalhos assim que passar a pandemia. Ainda há cerca de 40 a 50 nascentes para proteger e o número de pedidos de cercamento vem aumentando.
Iniciado em março de 2017 o projeto conta com o apoio essencial da Thor Granitos, que tem cedido o material para as cercas, da prefeitura, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, além de vários voluntários, como o próprio prefeito Alencar Marim e o secretário de Assistência Social, Adenir Gomes de Moura.
A previsão inicial do projeto era de cercar 89 nascentes, todas já georeferenciadas e com o cercamento autorizado pelos proprietários rurais, mas o sucesso do empreendimento foi atraindo mais proprietários rurais que querem preservar suas nascentes e o número deve ultrapassar cem nascentes protegidas.
“Se as pessoas soubessem o quanto é bom e gratificante esse trabalho voluntário, teríamos muito mais gente aqui”, comenta o engenheiro de Minas da Thor, o gaúcho Everton Girelli, que esteve visitando nascentes já cercadas e também o trabalho que estava sendo realizado na propriedade do casal Gilmar Xavier e dona Creuza, no córrego da Peteca.

Voluntariado é a palavra chave
para o sucesso do projeto
A ação está sendo tocada por voluntários da região de Cachoeirinha e também da Sede do município. O líder do Comitê de Defesa do Rio Itaúnas, Carlinhos, que é o principal responsável pela ação e tem coordenado os trabalhos destaca que, para além dos voluntários é muito importante destacar os proprietários de terra que estão se conscientizando do problema da água e liberando cada vez mais espaço para preservação de nascentes.
“Temos que agradecer, principalmente, aos proprietários das terras que liberaram para cercar as nascentes e têm ajudado, inclusive no trabalho”, salienta ele, frisando que a oportunidade de convívio de pessoas de várias classes sociais e categorias profissionais acrescenta um diferencial importante ao projeto. “A gente acaba fazendo muitas amizades, aprendendo muito com as pessoas, enfim, é um troca de experiências muito rica”, define.
O prefeito Alencar Marim, outro entusiasta do projeto, também já esteve participando da ação e diz que não vê a hora de voltar. O irmão dele, Giordano Marim tem comparecido quase todos os domingos.
“Vejo esse trabalho como fundamental para a preservação da água do rio Itaúnas, nossa principal fonte de abastecimento. Quero parabenizar a todos que participam do projeto e convidar amigos e amigas a se unirem a eles nessa empreitada” convida Alencar. (Weber Andrade)