Apesar de iniciado há duas semanas, o projeto de coleta seletiva de lixo em Barra de São Francisco tem enfrentado problemas com a falta de união entre os catadores de materiais recicláveis filiados à Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Barra de São Francisco (Ascarmab). Esta semana, o presidente da entidade, Oswaldo Santos, disse ao site Voz da Barra que a ideia de comprar materiais de catadores avulsos tem provocado desentendimentos entre eles. “Alguns catadores associados estão fazendo coleta em separado e vendendo o material para a associação, salientando que o lixão até hoje não foi efetivamente fechado”, denuncia Santos.
O líder da entidade disse ainda que o material estava sendo comprado com recursos de um fundo da Ascarmab que já acabou. “Agora não temos mais dinheiro para comprar materiais dos catadores avulsos”, disse ele.
O coordenador do projeto, Guido Ortega, disse que é verdade que alguns catadores continuam indo para o lixão nos fins de semana fazer a coleta e vendem o que conseguem para a associação, mas disse que eles não recebem duas vezes. O que eles recolhem e vedem para a Ascarmab é descontado da carga”, explica.
Ortega disse ainda que as dificuldades na implantação da coleta decorrem de fatores diversos, como a falta de um decreto municipal estipulando que o comércio só poderá colocar o lixo reciclável nas ruas às 18h, enquanto o lixo residencial deve ser colocado pela manhã.
Ele disse ainda que até hoje não foram feitos os carrinhos coletores para que os catadores posam ir até os bairros fazer a coleta. “Estamos trabalhando com alguma dificuldade para resolver os problemas pontuais do projeto, mas os catadores têm que entender que a prefeitura não é responsável por eles. O prefeito Alencar Marim tem tido boa vontade em ajuda-los porque tem interesse em ver a cidade limpa e os catadores em melhores condições, mas ele poderia simplesmente fechar o lixão e deixar que eles ‘se virassem’ para sobreviver”, explica Ortega. “Ele
O prefeito Alencar Marim, por sua vez, disse aos catadores, em reunião no final de setembro, que o principal objetivo desse projeto é mudar a situação deles e transformar o comportamento da sociedade francisquense em relação a lixo.
“Eu conheço a realidade dos catadores desde o período em que fui secretário de Assistência Social. Na época conseguimos avançar pouco. Mas neste mandato estamos dando um passo importante para melhorar para todos nós. O município vai gerir melhor os resíduos, dar melhores condições de vida para os catadores. Queremos que vocês sintam como se estivessem trabalhando numa empresa. Trabalhando para melhorar a renda e a relação com a cidade, entendendo que cada morador, cada cidadão do município será parceiro da Ascarmab. Todo tipo de mudança gera insegurança, mas não tenho dúvida de que a gente se ajudando, vamos ter condição de fazer isso dar certo,” disse. (Weber Andrade)