Fruta de feira, Bacupari tem sabor inigualável e está em plena safra

No último sábado deparei com uma peneira cheia de uma fruta amarela, muito parecida com o Abiú, mas bem arredondada. Na verdade, já a conhecia do sítio do advogado Paulo Roberto Araújo, o Paulo Pogito, que tem um exemplar e também de um quintal em São Gabriel da Palha, onde a dona até despreza a fruta, tal a quantidade produzida. “Me suja o quintal todo”, lamenta ela.

Pois bem, a tal fruta, cujo nome a senhora gabrielente desconhecia, é chamada de mangostão amarelo aqui no Espírito Santo e em boa parte do país, em contraste com o mangostão ou mangostim roxo, árvore originária da Ásia e que produz um fruto semelhante ao amarelo, com muitos detalhes que o fazem diferente.

O mangostão amarelo, na verdade, é uma fruta rara na região, tanto quanto o seu xará roxo, de origem asiática. Mas, na verdade, ele nem se chama mangostão.

No entanto, também há controvérsias sobre o assunto. De acordo com o pesquisador Luízs Carlos Bernacci, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a Garcinia cochinchinensis, é conhecida como falso-mangostão ou mangostão-amarelo, e é nativa do Camboja e Vietnã.

“Propagada por semente, a planta pertence à família Clusiaceae, a mesma das frutíferas como bacuris ou bacoparis, imbe, mangostão ou mangostim, abricó-das-antilhas, além do guanandi, entre outras espécies”, informa.

Para o blogueiro Ziquinho de Almeida, a fruta em questão é o bacupari (Rheedia brasiliensis. O bacuparizeiro é uma árvore de pequeno porte, que chega a atingir entre 4 e 6 metros de altura, possui caule reto e suas cascas são amarelo-esverdeadas.

Suas folhas são verdes e rígidas. Produz flores pequenas, esverdeadas e reunidas em inflorescência. Seu fruto possui forma de baga; que contém polpa comestível e com sabor adocicado. Sua propagação é por suas sementes ou mudas.

A fruta possui variadas propriedades terapêuticas tais como anti-inflamatória, cicatrizante, anticancerígena, reconstituinte e tônica.

Pesquisas realizadas pela Unicamp isolaram o 7-Epiclusianona (7EPI);  composto retirado das cascas e sementes do fruto, que possuem ação anticancerígena para vários tipos de tumores.

Utilização do Bacupari

A fruta é utilizada na medicina popular em forma de chá para alívio de feridas e processos infeciosos e na prevenção de cáries dentárias.

Os frutos são refrescantes e podem ser consumidos in natura, na preparação de geleias, mousses, tortas, sucos, licores e em saladas.

Uma excelente pedida é o suco, que deve ser feito com a fruta toda, menos as sementes, claro. Uma fruta apenas rende uma jarra com mais de dois litros de suco, com água. Se for colocar leite, a fruta rende mais de três litros. Agora, o suco deve ser consumido rapidamente, porque, depois de batido, ele oxida e costuma ficar com uma cor escura…

A árvore possui efeito ornamental, além de ser uma boa alternativa para o pomar de chácaras, fazendas e em projetos de revegetação permanente. (Weber Andrade com site Coisas da Roça e blog ziquinhodealmeida)