O mecânico Jair Gervásio, conta que passou por maus momentos no final do mês passado, por conta da dengue. Contaminado, ele teve febre, dores no corpo e achou até que poderia ter algum problema mais sério. No sábado passado ele esteve na feira livre em busca de alimentos como inhame e outros que ajudam a “melhorar” o sangue.
Assim como Jair, centenas de pessoas estão procurando os postos de saúde em busca de remédios contra a dengue. De acordo com o Boletim Epidemiológico publicado pela Sesa esta semana, Barra de São Francisco já está entre os sete municípios do estado com maior incidência de dengue.
A doença é hoje a maior preocupação dos agentes da Vigilância Sanitária e Ambiental do município, também porque já foi constatada a presença do vírus tipo 2. Significa que, quem já foi infectado pelo vírus tipo 1, não está mais imune, porque pode ser infectado pelo tipo 2. Neste caso, há risco aumentado para formas mais graves da dengue, como a dengue hemorrágica e síndrome do choque da dengue.
Com o fim do verão e a falta de cuidados por parte da população os números de notificações aumentaram muito em março, chegando nesta semana a 399,4 casos suspeitos por 100 mil habitantes, de acordo com o boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa).
Em todo o estado, o índice ficou em 401,95. O ideal que esse número fique abaixo de 100 casos por 100 mil habitantes. No ano passado esse número chegou a mais de 600 por 100 mil, o que indica que as ações da Vigilância Sanitária têm dado resultados.
No entanto, como confirmam os agentes, mais de 80% dos focos da dengue estão dentro das residências e nos quintais, locais onde os agentes só podem entrar com autorização. “Está muito preocupante a situação da dengue na cidade. A chegada do vírus tipo 2 é um alerta para todo o sistema de saúde, pois a partir daí pode evoluir para a dengue hemorrágica”, explica o médico Aloysio Ribeiro Alves, que esteve na feira livre na manhã deste sábado, em campanha de conscientização contra a tuberculose, a hanseníase e a dengue.
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. É transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), foram notificados 15.967 casos de dengue no Espírito Santo entre 30 de dezembro de 2018 e o último sábado, 30. Um óbito foi confirmado. Nesse período, a taxa de incidência da doença no Estado ficou em 401,95. Essas informações são enviadas à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) até o dia anterior à divulgação do boletim epidemiológico. (Weber Andrade com Sesa e Secom/ES)