A cesta básica estipulada Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) teve alta de 4,68% de março do ano passado até março deste ano, em Barra de São Francisco. O conjunto de alimentos essenciais a uma família de quatro pessoas custava R$ 419,51 em março de 2019 e subiu para R$ 439,16 no mês passado. Em Barra de São Francisco, a pesquisa é feita pelo site ocontestado.com.
No período, apenas três produtos – Batata, café e tomate – tiveram redução no preço em relação ao ano anterior. Outros 10 itens sofreram aumento, com destaque para a Farinha de Trigo (28,18%), o Açúcar, (26,47%), a Banana (25,87%) e o Óleo de Soja (24,80%).
Espírito Santo – Na capital capixaba, Vitória, a cesta básica teve aumento de 5,16% entre fevereiro e março deste ano, ficando em R$ 504,78. Entre março do ano passado e março deste ano, o aumento foi de 6,08%, segundo o Dieese. A cesta básica em Vitória é a quarta mais cara do país.
Brasil – Em virtude da pandemia de coronavírus, o Dieese suspendeu a Pesquisa Nacional da Cesta Básica em 18 de março, em todas as 17 capitais. A pesquisa publicada traz dados do período compreendido entre 1 e 18 de março.
Em 12 meses, entre março de 2019 e o mesmo mês de 2020, foram registradas altas em todas as cidades, com variações entre 1,19%, em Aracaju, e 9,08%, em Florianópolis.
Em março, o preço da cesta básica apresentou aumento em 15 das 17 capitais pesquisadas no período em relação a fevereiro. As altas mais expressivas ocorreram em Campo Grande (6,54%), Rio de Janeiro (5,56%), Vitória (5,16%) e Aracaju (5,11%). As quedas foram observadas em Belém (-3,27%) e São Paulo (-0,24%).
A capital com a cesta mais cara foi o Rio de Janeiro (R$ 533,65), seguida de São Paulo (518,50) e Florianópolis (R$ 517,13). Os menores valores médios foram verificados em Aracaju (R$ 390,20) e Salvador (R$ 408,06).
Salário mínimo deveria ser de R$ 4.483,20
Com base na cesta mais cara, que, em março, foi a do Rio de Janeiro, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o salário mínimo deveria ser de R$ 4.483,20 em março, ou 4,29 vezes o mínimo de R$ 1.045,00.
Em fevereiro, deveria ter sido de R$ 4.366,51, correspondente a 4,18 vezes o piso em vigor. Já em março de 2019, o valor era de R$ 4.277,04 ou 4,29 vezes o salário vigente de R$ 998,00.
Cesta básica x salário mínimo
Em março de 2020, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 97 horas e 34 minutos. Em fevereiro, foi preciso trabalhar 94 horas e 57 minutos. Em 3 março de 2019, quando o salário mínimo era de R$ 998,00, a jornada necessária ficou em 96 horas e 42 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, alterado para 7,5% a partir de março de 2020, com a reforma da Previdência, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, no mês, 47,95% do rendimento. O percentual é maior do que o de fevereiro (46,66%), quando a alíquota era de 8,0%. Em março de 2019, a compra demandava 47,52% e o piso era de R$ 998,00. (Weber Andrade com Dieese)