Weber Andrade*
Eleição não se ganha de véspera, mas quem não tem chance de se eleger, a maioria dos eleitores conhece. E em Barra de São Francisco, assim como em qualquer município do país, existem aqueles candidatos que entram no jogo apenas para compor o time, sabendo que dificilmente vão chegar ao gol, mas, no final, terão contribuído para a vitória, principalmente entre os candidatos a vereador. Este ano, os francisquenses já elegeram os “fracos da vez”, e a bolsa de aposta neles estão mais concorrida do que para a eleição majoritária.
Trata-se de duas figuras folclóricas em Barra de São Francisco: Francisco Divino Dias, o Divininho, servidor aposentado, frequentador assíduo dos meios políticos e das reuniões da Câmara Municipal, que aliou-se ao PP do presidente da Câmara Municipal, Juvenal Calixto Filho, para disputar uma vaga no Legislativo francisquense.
Divininho, que se gaba de não ter papas na língua, é frequentador assíduo do bar do Sinézio, local onde se concentram as apostas nessa eleição e gravou vídeo onde afirma que se perder para o seu “adversário”, vai embora para Rondônia.
E foi no bar do Sinézio que a querela começou a correr quando alguém decidiu abrir a bolsa de apostas do Divininho contra outro frequentador assíduo do local, Carlos Antônio Ferreira, o Cacau, candidato a vereador pelo PDT.
Para o representante comercial Nilo Abreu, a disputa é difícil de prever. “O Divininho é muito conhecido na cidade, mas o Cacau também é, os dois frequentam ambientes parecidos, então o eleitorado deles também é parecido. Não dá prá arriscar um ganhador”, esquiva-se.
Já o desportista Mamédio Júnior, que atua também como garçom, acha que Divininho perde a disputa. “As apostas estão em alta nos dois, eu acho que o Cacau ganha, mas por pouco”, arrisca.
Cacau é irmão do professor aposentado Zulagar Dias Ferreira e frequentador assíduo dos botecos da cidade, onde tem feito a sua campanha para vereador entre um tapa e outro na marvada. E foi num desses botecos, que acabou declarando que será um dos mais votados da cidade.
E quanto à disputa com Divininho, ele tem certeza de que sairá vitorioso, mas, pelo sim pelo não, não fez compromisso de ir embora da cidade caso seja derrotado. Alegou que tem um patrimônio (familiar) de mais de R$ 5 milhões e, por isso, se perder, fica quietinho na cidade, o Divininho que aguente. (Weber Andrade)