Durante a discussão da matéria que busca aplicar descontos em instituições particulares de ensino, feita pela Comissão de Educação da Assembleia, o deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) demonstrou interesse em investigar o funcionamento de faculdades de medicina no Estado. De acordo com o deputado, uma CPI poderá ser aberta em breve para apurar as condições financeiras de algumas instituições.
“Como eu não acredito em planilha de empresário nenhum e para mim são todas fraudulentas e maquiadas, vou esperar o fim da votação deste projeto para abrir uma CPI e apurar o funcionamento das faculdades de medicina do Espírito Santo. Como elas recebem dinheiro, como é a planilha… Vamos colocar isso tudo às claras”, disparou Enivaldo que revelou ter recebido mensagens de alunos preocupados com o funcionamento de instituições de ensino e que, segundo ele, estariam sendo orientados pela direção das escolas a pressionarem contra os próprios interesses: “Eu quero só ver se essa direção da Emescam, que orienta aluno a ficar pressionando deputado tem a mesma coragem sentada no banco de uma CPI”.
Para Enivaldo, as faculdades de medicina, enquanto instituição de interesse público e que operam em regime de concessão, não poderiam apresentar valores tão altos de mensalidade e, mesmo o fazendo, são recorrentes em reclamar de suas situações financeiras. “É um absurdo o que essas escolas apresentam de mensalidade sendo que são concessões! A gente não está falando aqui das escolas pequenas e médias que estão caminhando com dificuldade. Estamos falando dessas que nunca faltaram alunos e que só vivem chorando enquanto existem famílias vendendo sítio, casa, propriedade para conseguir formar um filho lá a nove ou dez mil reais por mês. Estamos diante de uma opressão feita por essas concessionárias de serviço público que são as escolas de medicina e temos que dar um basta nisso”, disse Enivaldo.
Em seguida, na reunião, o deputado e também médico anestesista, Hudson Leal saiu em defesa da abertura da CPI e garantiu sua assinatura em apoio para as investigações: “Pode contar com a minha assinatura para a abertura dessa Comissão e peço que nela inclua uma possível denúncia de cartelização envolvendo o sindicato dos profissionais da área e também as escolas. Estão pressionando de maneira covarde os pais de alunos para dizer que haverão demissões caso os descontos sejam concedidos”, disse o deputado.
Leonardo Da Vinci – Além do pedido de inclusão feito por seu colega, o próprio deputado autor, Enivaldo dos Anjos disse também ter interesse em incluir nas investigações o ato de venda da escola Leonardo da Vinci, que opera em Vitória.
Para Enivaldo, a venda da escola pelo grupo de empresários é “no mínimo curiosa” já que mesmo reclamando de maneira recorrente da situação financeira da instituição. “É muito curioso saber como uma concessão pública é vendida por quase R$ 400 milhões e o dinheiro vai direto pro bolso do dono”, concluiu Enivaldo. (enivaldodosanjos.com)