O operador de máquinas Elias Antônio Rodrigues, 46 anos, conta que desde criança gostava de fazer seus próprios carrinhos para brincar. Criado na roça, Elias disse que na sua infância um carrinho custava caro e como ele já gostava de veículos, andou construindo alguns. Mas hoje, o trabalho artesanal dele vem chamando a atenção dos familiares e, agora, ficou conhecido também dos voluntários do projeto de recuperação e preservação de nascentes do rio Itaúnas.
Elias é um dos voluntários do projeto e, além de disponibilizar parte das suas terras no córrego Itauninhas para o cercamento de três nascentes, junto com o irmão Élio, ele também ajuda no trabalho pesado.
Neste domingo, logo após o encerramento de mais um dia de trabalho, por volta do meio dia e meia, uma das familiares de Elias apareceu com a novidade para mostrar aos voluntários que ali estavam: Quatro miniaturas que poderíamos dizer perfeitas, embora não sejam réplicas de nenhum modelo específico.
“Comecei a fazer os carrinhos há uns quatro meses. O primeiro fiz para presentear um sobrinho. Queria dar a ele um presente original, e ele ficou muito feliz quando viu. Aí comecei a gostar também e passei a usar o canivete na hora do almoço para tralhar madeira”, conta.
Elias destaca que os modelos são criação própria e a madeira é sempre aproveitada de pedaços de madeira encontrados perto do trabalho ou na propriedade da família. O mais interessante é que os veículos de Elias são feitos ao contrário dos veículos de verdade. “Primeiro eu faço a base, ou seja, a carroceria, depois vou fazendo as outras peças, como portas, faróis, rodas, usando madeira e algum pedaço de arame e por fim, o acabamento com verniz incolor, assim o a madeira fica com a cor original”, explica.
No final, o trabalho do escultor agrada de imediato aos olhos de qualquer um, particularmente as crianças, mas ele salienta logo que a maioria de suas obras não servem para criança brincar, exceto, claro, a que fez para o sobrinho.
“Eu acho que serve mais para decoração de casa, para colocar num móvel da sala”, avalia o escultor, que já tem ofertas familiares para os carrinhos já pronto. Hoje, um dos parentes queria pagar R$ 400 por um dos carrinhos. Brincadeira ou não, a oferta foi feita. Resta saber se o Elias quer vender. (Weber Andrade)
O senhor Elias e profissional no que faz