O Flamengo nunca esteve tão próximo do título brasileiro de 2019 como hoje. Com 13 pontos e um jogo a mais do que o Palmeiras, o Rubro-Negro pode ser campeão no próximo fim de semana, mesmo sem entrar em campo. Caso o Palmeiras perca ou empate com o Grêmio, no próximo final de semana, o Flamengo já pode comemorar o título. E mesmo que o Porco supere o Grêmio, o Flamengo terá que fazer apenas mais dois pontos em quatro rodadas para não depender de tropeços alviverdes. O Rubro-negro enfrenta, na sequência, Ceará (27/11), Palmeiras (01/12), Avaí (04/12) e Santos (08/12).
Após a vitória por 1 x 0 sobre o Grêmio, neste domingo, em Porto Alegre, o técnico Jorge Jesus foi cauteloso. “Demos mais um passo rumo ao título, mas ainda não ganhamos. Está mais perto”, disse o português. O gol provocou muita polêmica, uma vez que o zagueiro do Grêmio interrompeu a passagem da bola com o braço, mas não teria a intenção, na visão de comentaristas, porque teria usado o braço para se apoiar na queda. No entanto, o juiz marcou o pênalti, por entender que, apesar do apoio necessário o zagueiro tocou na bola intencionalmente.
Jesus também justificou a opção por escalar Gabigol, um dos poucos titulares em campo, e voltou a mostrar preocupação com o comportamento do camisa 9. O atacante marcou o gol da vitória, mas foi expulso no segundo tempo.
“Coloquei o Gabi porque ele é o melhor desse momento, melhor do campeonato e queria jogar. Seu eu soubesse o que aconteceria (expulsão), não o colocaria, mas não sou bruxo. Me preocupa (Gabigol). Ainda não consegui fazer ele emocionalmente um grande jogador como é tecnicamente e taticamente. Tem que ter equilíbrio. Mas é jovem ainda, tem tempo. É importante que os grandes jogadores sejam exemplos.”
Jesus também comentou as seguidas críticas que recebe e comentários que ouve de treinadores brasileiros. “Vim para o Brasil, sou um treinador como eles. Não vim tirar lugar de ninguém. Não vim ensinar a ninguém. Não sou melhor nem pior do que ninguém. Queria lembrar aos meus colegas que em Portugal já trabalhou um brasileiro, o Scolari. Ele é acarinhado pelos portugueses. Assim como Autuori, Rene Simões, Abel… e muitos outros.”
“Quando estiveram lá, tentamos aprender. Não havia essa agressividade verbal que há comigo. Não entendo essas mentes fechadas. Não me incomoda. Quero que meus colegas cresçam. Não sabem o que é globalização. Que de uma vez por todas tirem os fantasmas da cabeça, porque o Brasil tem grandes treinadores.”
Opção por time misto
“Nosso grande objetivo era os três pontos contra o Grêmio, independentemente de quem jogasse. Todos sabem nossa ideia de jogo na equipe, com e sem bola. Nossa segurança nesse time era total. Não coloquei a maioria dos jogadores não foi para descansar. Até sábado tem muito tempo. Não coloquei porque teríamos perdido dois dias de treino com o time que pretendo colocar contra o River Plate.”
Favoritismo contra o River Plate?
“O River Plate tem virtudes e defeitos, como o Flamengo. São dois grandes times, não há favoritismo. Estamos empenhados. Acreditamos em tudo o que fazemos, com qualidade ofensiva. Os meus jogadores também acreditam nisso.”
Xingamentos dos gremistas
Os melhores são sempre os que têm mais adversários contra. No Brasil, o Flamengo é uma nação. Há torcedores que são contra o Flamengo. É saudável, é preciso isso no futebol, com respeito. Estou mais preocupado com a expulsão do que com os torcedores xingarem.”
Treino para a final
“Jogo de hoje foi importante não só pelos três pontos, que nos fez abrir mais vantagem. Serviu para dar Arrascaeta mais tempo de jogo e também para trabalharmos em cima de um sistema de jogo que o Grêmio apresentou com os dois avançados. Foi um bom treino para final. Foi tudo muito bom, menos a expulsão.”
Mescla de juventude com experiência
“No Flamengo, a mescla de idade fez o time ficar mais experiente. Esses jogadores durante a semana ajudam com sua sabedoria. Os mais velhos conduzem os mais novos. Isso também tem sido um dos segredos. O time me surpreendeu pelo profissionalismo e empenho.” (Weber Andrade com Globo Esporte)