O foguetório começou logo cedo. E até um vendedor de bandeiras apareceu na avenida Jones dos Santos Neves, para defender alguns trocados com a decisão do Mundial de Clubes, que acontece hoje, 21, a partir das 14h30 (horário de Brasília) entre Flamengo e Liverpool, em Doha, no Catar. É como se os torcedores estivessem em uma máquina do tempo, mas com certeza, a situação hoje é bem diferente.
Os torcedores francisquenses estão divididos entre o otimismo e a preocupação com o podero ofensivo do Liverpool. “A nossa vantagem é que a defesa deles não é grandes coisas, mas na frente, com Mané, Sallah e Firmino a situação é complicada para o Flamengo”, analisa um torcedor.
Para outro, o ataque do Flamengo é hoje um dos melhores do mundo e tem condições de vencer o goleiro Alysson e trazer mais um Mundial para o Brasil. “O Liverpool tem a vantagem de ser como Flamengo, joga e deixa jogar. Portanto, vai ser uma disputa muito bonita e não dá pra dizer quem ganha”, dispara outro torcedor.
O sábado tem cara de dezembro de 1981. E as histórias que os pais e avós contaram ao longo de décadas agora também é dos mais jovens. É dia de Flamengo x Liverpool, final do Mundial de Clubes. Já ficou marcado na história.
Uma nota triste é que a diretoria do Clube criou um mal estar esta semana, com relação aos prêmios que serão pagos pela conquista do Campeonato Brasileiro e da Libertadores. O compromisso era pagar parte do prêmio nesta sexta-feira, 20, mas isso não aconteceu porque a diretoria resolveu excluir da premiação os funcionários e comissão técnica que não estão ligadas ao treinador português Jorge Jesus.
Jogadores que lideram a equipe propuseram o pagamento a todos e acharam injusto excluir os funcionários brasileiros. O impasse, infelizmente, vai para campo hoje na cabeça de jogadores e funcionários.
A escalação do Flamengo que entra em campo no Estádio Internacional Khalifa será aquela que fomenta os sonhos dos rubro-negros: Raul virou Diego Alves; Leandro/Rafinha; Marinho e Mozer/Rodrigo Caio e Pablo Marí; Junior/Filipe Luis. Quem vai te convencer que Gerson não é a versão atualizada de Adílio? Arão/Andrade; e Everton Ribeiro/Tita.
Gabigol é danado como aquele João artilheiro das decisões. A 9 de Nunes é envergada por quem tem cheiro de gol. Lico vê Bruno Henrique atingir outro patamar ao lado de Arrascaeta. Zico é um caso à parte, onipresente, de todas as gerações, e do Japão abençoa a história escrita em Doha.
No comando da máquina do tempo, Jorge Jesus leva 42 milhões de volta para o futuro. Um futuro prometido, esperado, e melhor do que imaginado. Rubro-Negros de todas as gerações: sim, é final de Mundial. É Flamengo x Liverpool. De novo! A história que vocês vão contar daqui em diante.
Curiosidade: pela quarta vez uma final de Mundial vai se repetir. Já havia acontecido entre Peñarol (Uruguai) e Real Madrid (Espanha) em 1960 e 1966; entre Independiente (Argentina) e Inter de Milão (Itália) em 1964 e 1965; e entre Boca Juniors (Argentina) e Milan (Itália) em 2003 e 2007. Dos três confrontos, apenas a Inter ganhou os dois títulos. Será que o Flamengo repete o feito? (Weber Andrade com Globo Esporte)