Localizada no norte do Estado, a pequena e charmosa Vila de Itaúnas é considerada o coração do forró no Espírito Santo e uma importante vitrine do ritmo no cenário brasileiro. Por isso, Itaúnas vai sediar o “I Fórum de Forró de Raiz do Espírito Santo”, nos dias 17 e 18 de julho, durante a programação do Festival Nacional Forró de Itaúnas (Fenfit). O ritmo é original do nordeste, mas ganhou força e tradição no litoral capixaba há 20 anos, com o sucesso da banda Falamansa. (Veja mais sobre o ritmo e a banda nas retrancas)
No local vão se encontrar pesquisadores, produtores, gestores públicos e artistas para debater ações de proteção e preservação das matrizes do forró, além de discutir políticas públicas para a salvaguarda e a difusão da manifestação cultural.
O objetivo do fórum é debater sobre ações que levem ao reconhecimento do forró como Patrimônio Cultural do Brasil, incentivar o diálogo entre a música tradicional e a música contemporânea e propor ações que envolvam gestores e políticos para a valorização do forró e sua sustentabilidade, cooperando para ampliação do potencial humano e artístico. Os encontros técnicos tratarão sobre Políticas Públicas para o Forró, Matrizes do Forró na dança e música, Territórios e Comunidades, Forró na Mídia entre outros temas.
O Espírito Santo, ao lado de Estados com forte presença nordestina, como São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, está entre os entes federativos que fazem parte de um processo de solicitação de registro das “Matrizes Tradicionais do Forró” como Patrimônio Cultural do Brasil. Essa articulação começou em 2011, mas no ano passado começou a ganhar força novamente.
O evento será aberto com uma palestra do diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPI-Iphan), Hermano Queiroz.
Além do Iphan, apoiam a realização do evento o Governo do Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Cultura (Secult), a Prefeitura de Conceição da Barra e o Festival Nacional de Forró de Itaúnas (Fenfit).
O processo – A “Associação Respeita Januário”, de Pernambuco, realiza uma pesquisa com foco no reconhecimento do Forró de raiz como patrimônio. Depois disso, um dossiê será encaminhado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que vai investigar a complexidade das Matrizes Tradicionais do Forró. Essa é uma das etapas do processo de registro que culmina com a avaliação sobre o bem ser considerado Patrimônio Cultural do Brasil.
Para que um bem cultural seja reconhecido e registrado pelo Iphan, é necessário possuir relevância para a memória nacional, continuidade histórica e fazer parte das referências culturais de grupos formadores da sociedade brasileira.
Dentre os patrimônios imateriais inscritos no Livro do Registro das Formas de Expressão estão as Matrizes do Samba do Rio de Janeiro, o Tambor de Crioula do Maranhão, o Samba de Roda do Recôncavo Baiano e o Frevo. No Espírito Santo, o congo foi oficializado como o primeiro patrimônio imaterial do Estado, em 2014. (Secom/ES)
Forró é uma expressão para vários
gêneros musicais e veio do nordeste
O forró é uma festa originária da Região Nordeste do Brasil, bastante popular e comum, especialmente nas festas juninas. O nome da festa forró é usado para nomear distintos gêneros musicais como o xote, baião, arrasta-pé e o xaxado, por isso quem não conhece suas histórias, as confundem com um gênero único. As músicas são executadas tradicionalmente por trios instrumentais com acordeão (“sanfona”), zabumba e triângulo.
Forró também é um dos gêneros musicais da festa forró, o qual foi criado por Luiz Gonzaga em 1958. A dança do xote (dois pra lá e dois pra cá) passou a acompanhar as músicas desse novo gênero e a ser chamada de dança do forró.
Os gêneros musicais executados nos forrós, desde a década de 90 também são chamados agrupadamente de forró pé-de-serra.
Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de Caruaru e Campina Grande, que sediam as maiores festas juninas do país. Já nas capitais Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Maceió, Recife, Teresina e Salvador, são tradicionais as festas e apresentações de bandas de forró em eventos privados que atraem especialmente os jovens. (Fonte: Wikipédia)
Etmologia da palavra forró é
associada ao francês e inglês
O termo “forró”, segundo o filólogo pernambucano Evanildo Bechara, é uma redução de forrobodó, que por sua vez é uma variante do antigo vocábulo galego-português forbodó, corruptela do francês faux-bourdon, que teria a conotação de desentoação. O elo semântico entre forbodó e forrobodó tem origem, segundo Fermín Bouza-Brey, na região noroeste da Península Ibérica (Galiza e norte de Portugal), onde “a gente dança a golpe de bumbo, com pontos monorrítmicos monótonos desse baile que se chama forbodó”.
Na etimologia popular (ou pseudoetimologia) é frequente associar a origem da palavra “forró” à expressão da língua inglesa for all (para todos). Para essa versão foi inventada uma engenhosa história: no início do século XX, os engenheiros britânicos, instalados em Pernambuco para construir a ferrovia Great Western, promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, o termo passaria a ser pronunciado “forró” pelos nordestinos.
Outra versão da mesma história substitui os ingleses pelos estadunidenses e Pernambuco por Parnamirim (Rio Grande do Norte) do período da Segunda Guerra Mundial, quando uma base militar dos Estados Unidos foi instalada nessa cidade.
Apesar da versão bem-humorada, não há nenhuma sustentação para tal etimologia do termo. Em 1912, estreou a peça teatral “Forrobodó”, escrita por Carlos Bettencourt (1890-1941) e Luís Peixoto (1889-1973), musicada por Chiquinha Gonzaga e em 1937, cinco anos antes da instalação da referida base militar em território potiguar, a palavra “forró” já se encontrava registrada na história musical na gravação fonográfica de “Forró na roça”, canção composta por Manuel Queirós e Xerém. (Fonte: Wikipédia)
Banda paulista Falamansa foi
quem popularizou o forró no ES
A banda paulista Falamansa, formada em 1998 na cidade de São Paulo foi quem mais ajudou a popularizar o forró de raiz na região norte do Espírito Santo, nomeadamente, Guriri (São Mateus) e Vila de Itaúnas (Conceição da Barra). Foi logo no final da década de 90, início dos anos 2000 que a banda começou a “frequentar” o litoral norte capixaba e se tornou a “coqueluche” musical da época.
Mas a história deles começa com a ascensão do forró nas noites da capital paulista. Em 1998, no último dia de inscrição para o 3º Festival de Música do Mackenzie, Tato, morador da cidade de Piracicaba (SP), hoje autor e vocalista da banda, era DJ de forró e já tinha algumas composições próprias. Decidiu inscrever uma delas (“Asas”) no festival. Porém, ele não tinha uma banda.
Quatro dias depois o Falamansa, que até então não existia, estava entre os 20 convocados dos 160 grupos inscritos no festival. Tato lembrou do Alemão, amigo DJ que tocava zabumba. Alemão, por sua vez, chamou o vizinho, Dezinho, que tocava triângulo. Junto com eles, uma flautista e um baixista fizeram parte da primeira formação da banda. Ensaiaram duas tardes e “Asas” faturou o segundo lugar no evento.
Aí entrou em cena o experiente Josivaldo Leite, o Waldir do Acordeon, que já havia tocado com nomes como Oswaldinho do Acordeon e Jorge de Altinho. Estava completa então a formação da banda que nunca se alterou. A Deckdisc ouviu o CD independente que eles gravaram em janeiro de 2000 e lançou Deixa Entrar, distribuído pela Abril Music. A banda começou a tocar em todas as terças-feiras na casa de shows Remelexo em Pinheiros, São Paulo. (Weber Andrade com Wikipédia)