Nome foi contestado pela Subsecretaria de Inteligência ao general Richard Nunes, secretário de Segurança do Rio durante intervenção federal em 2018
O subsecretário de Inteligência do Rio de Janeiro em 2018, Fábio Galvão, foi contrário à nomeação de Rivaldo Barbosa para chefiar a Polícia Civil do Rio em março de 2018, segundo informou a PF (Polícia Federal) em relatório sobre o caso Marielle Franco (Psol-RJ). Leia a íntegra do documento (PDF – 22 MB).
Rivaldo foi um dos 3 presos pela PF neste domingo (24.mar.2024) por envolvimento na morte da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Além dele, foram presos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, acusados de serem os mandantes do assassinato.
O delegado foi nomeado em 8 de março de 2018 e tomou posse 1 dia antes do crime, em 13 de março. Rivaldo foi responsável por obstruir as investigações e recebeu R$ 400 mil para evitar o avanço das investigações, segundo a Polícia Federal.
Rivaldo foi nomeado pelo general Richard Nunes, que foi secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro durante a intervenção federal de 2018. Nunes foi escolhido pelo interventor, general Walter Braga Netto, que disputou a eleição presidencial em 2022 ao lado de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo a PF, Richard recebeu uma contraindicação na época, mas rejeitou por entender que não se pautava em “dados objetivos” e por isso “bancou a nomeação de Rivaldo à revelia do que havia sido recomendado”.
Fábio Galvão, responsável pelo alerta ao militar, foi exonerado –expressão própria do serviço público para desligamentos– em agosto de 2018. À época, suspeitou-se que o motivo da saída foi a contraindicação de Rivaldo.
RELEMBRE O CASO
Marielle e Anderson foram mortos na noite de 14 de março de 2018. A vereadora havia saído de um encontro no instituto Casa das Pretas, no centro do Rio. O carro em que a vereadora estava foi perseguido pelos criminosos até o bairro do Estácio, que faz ligação com a zona norte.
Investigações e uma delação premiada apontaram o ex-policial militar Ronnie Lessa como autor dos disparos. Teria atirado 13 vezes em direção ao veículo.
Lessa está preso. Já havia sido condenado por contrabando de peças e acessórios de armas de fogo. O autor da delação premiada é o também ex-PM Élcio Queiroz, que dirigia o Cobalt usado no crime.
Outro suspeito de envolvimento preso é o ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, conhecido como Suel. Seria dele a responsabilidade de entregar o Cobalt usado por Lessa para desmanche. Segundo investigações, todos têm envolvimento com milícias.
No fim de fevereiro, a polícia prendeu Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha. Ele é o dono do ferro-velho suspeito de fazer o desmanche e o descarte do veículo usado no assassinato.
Leia mais: