Provavelmente pela correria diante da pandemia da Covid-19, passou em brancas nuvens, ontem, por parte da Secretaria de Agricultura de Barra de São Francisco, o Dia do Trabalhador Rural. Em um município onde mais de 8 mil pessoas estão ocupadas em nas 2.748 propriedades rurais, uma homenagem seria justa.
“Achei uma falha muito grande da secretaria de Agricultura do nosso município, não fez nada para homenagear o homem do campo. Vale lembrar que nós é que colocamos o alimento na mesa do povo da cidade”, lamentou o agricultor e feirante Carlos Rubens da Silva, o Carlim da Dengue.

Provocado pela nossa reportagem, o prefeito Alencar Marim, que também é de origem campesina, lamentou a falha, mas disse reconhecer que o trabalhador rural é de suma importância para o município.
“Apesar de estarmos num período difícil, com tantas preocupações diante da pandemia da Covid-19, não podemos nos esquecer destes que são os maiores responsáveis pelo alimento que comemos diariamente. Barra de São Francisco, apesar de ter uma economia muito diversificada, é também uma das cidades onde existem mais propriedades e produtores rurais. Minha família é do campo, todos sabem e sou professor licenciado, mas sempre trabalhei em escola agrícola. Quero deixar aqui minha saudação especial a todos os trabalhadores rurais, sejam eles proprietários ou produtores e desejar que, no próximo ano, essa data possa ser comemorada como se deve”, disse o prefeito à nossa reportagem.
No censo agropecuário de 2017, o município tinha 8.059 pessoas ocupadas no campo. Em relação ao penúltimo censo, realizado em 2006, os números apontam para um aumento de 529 pessoas. Naquele ano, o censo registrou 7.530 pessoas ocupadas no meio rural. Os dados do IBGE apontam ainda que em 2006, o sexo masculino tinha 3.709 pessoas no campo e o feminino: 2.428.
Já em 2017, das 8.059 pessoas registradas, 4.937 eram do sexo masculino e 2.398 do sexo feminino, uma redução de 20 mulheres em relação a 2.006 e um aumento de 1.228 homens.
O censo de 2017 aponta ainda que das 8.059 pessoas que vivem no campo, 6.137 tem laços de parentesco com o proprietário (produtor), informação que não consta do censo de 2006. A publicação aponta ainda que, do total pessoas sem laço de parentesco com o produtor, 1.333 são trabalhadores temporários, 412 são trabalhadores permanentes e 11 são parceiros (meeiros).
Sobre o Censo Agropecuário – Para apurar as informações do Censo Agropecuário 2017, foram gastos cinco meses de pesquisa e mais de 19 mil recenseadores em campo para visitar as propriedades rurais de todo o país. O IBGE identificou o novo cenário do Brasil rural: a área destinada à agricultura e pecuária cresceu 5% no país. São 350 milhões de hectares. O Brasil tem 5.073.324 de propriedades rurais, 2% a menos do que no último Censo. Ao todo 15.105.125 pessoas estão ocupadas em estabelecimentos agropecuários. (Weber Andrade)