O assassinato da médica veterinária capixaba Crislaine Boldrini Faé, de 29 anos, completou 3 meses nesta sexta-feira (23). A veterinária foi executada a tiros após ser derrubada da motocicleta em que pilotava por dois suspeitos em uma moto, que fugiram após o crime, ocorrido no dia 23 de junho, no Centro de Teixeira de Freitas, cidade do Sul da Bahia. Procurada por A Parresia nessa semana, a Polícia Civil da Bahia informou, por nota, que “as investigações estão em curso, os detalhes não estão sendo divulgados neste momento, para preservar o sigilo necessário para a elucidação do caso”.
As perguntas feitas pela reportagem para a Polícia Civil baiana foram: – Como anda a investigação?
– Alguém já foi preso?
– Quantas pessoas estão envolvidas no crime?
– Do que se trata o crime? Qual a motivação?
– O que a polícia já sabe?
– O que justifica três meses sem resposta?
– Trata-se de crime de mando?
– A execução está relacionada ao trabalho dela? No entanto, nenhum dos questionamentos foram respondidos.
Fontes da polícia baiana ouvidas por A Parresia disseram há dois meses que era forte a linha de investigação que aponta que o assassinato da médica veterinária capixaba esteja estritamente ligado com o trabalho que ela desempenhava na empresa Frisa Frigorífico, de Teixeira de Freitas. Era Crislaine a responsável pela gestão de qualidade da filial da empresa no sul baiano, e a conduta da médica incomodava pecuaristas da região, que segundo essas fontes, podem ter encomendado a morte da médica. Os investigadores não têm dúvidas, de que se tratou de um “clássico” crime de mando.
Familiares ouvidos pela reportagem afirmaram que Crislaine havia se mudado há pouco meses para a cidade baiana onde trabalhava como gestora de qualidade da empresa Frisa Frigorífico. A empresa nunca se manifestou sobre a barbárie. Ela estava noiva e com o casamento previsto para o final deste ano.
Formada há cinco anos pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Crislaine chegou trabalhar no Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) de Montanha, no Norte do Espírito Santo, antes de ir morar e trabalhar na Bahia. Ela estava com o uniforme da Frisa e retornava do trabalho na noite em que foi assassinada.
MÉDICA FOI PERSEGUIDA E EXECUTADA
Crislaine estava a bordo de uma motocicleta Biz de cor vermelha com placa OLV 9922 de Rio Bananal (ES). Segundo a polícia, a vítima foi perseguida por dois homens armados em outra moto. Testemunhas relataram que os atiradores chegaram a parear a moto em que estavam com a moto da vítima e desfeririam chutes agressivos que a derrubaram da moto. Na fuga, os suspeitos ainda colidiriam contra um carro que vinha no sentido contrário. A médica tinha acabado de sair do trabalho na empresa Frisa Frigorífico, onde acumulava a função de chefe de qualidade da empresa. A empresa nunca emitiu nota de pesar.
FOTOS DO DIA DO CRIME
SEPULTADA EM RIO BANANAL
O corpo de Crislaine foi no Cemitério Municipal de Rio Bananal, no Norte do Espírito Santo, no dia 25 de junho.
A missa em memória de Crislaine reuniu centenas de pessoas e comoveu Rio Bananal. Amigos e familiares estavam consternados. Depois da celebração, o cortejo fúnebre seguiu até o cemitério no Centro da cidade onde a médica foi sepultada.