Mesmo com a chegada do inverno e a drástica redução das chuvas no Espírito Santo, os casos de dengue o número de mortes não para de avançar. No 30º Boletim Epidemiológico da Dengue, divulgado na semana passada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), foram registradas 66.017 notificações de casos de dengue no Espírito Santo com incidência de 1.661,90 casos por 100 mil habitantes desde o início do ano.
O número de 26 óbitos aumentou para 32. Um deles, aconteceu em Barra de São Francisco, em maio, e provocou forte comoção social, devido ao fato de a vítima ter sido uma empresária conhecida na cidade. Houve manifestações diversas, mobilizações sociais para conscientização da população e prestação de contas do setor de Vigilância Epidemiológica (VE), sobre as ações em andamento.
A boa notícia é que, em Barra de São Francisco, mesmo com a falta do “fumacê” há mais de 30 dias, o número de casos caiu para 279,8 por 100 mil habitantes, colocando o município no patamar de incidência média. No boletim, apenas Ecoporanga ainda está no patamar de incidência alta de dengue, com acúmulo de 551,8 casos por 100 mil habitantes.
Bom exemplo – As tampinhas de garrafas de refrigerantes e cervejas são um dos aliados do mosquito da dengue que pouca gente percebe. Nos bares da cidade, principalmente os que têm mesas nas calçadas, é comum ver um acúmulo de tampinhas jogadas em canteiros próximos, nas ruas e até dentro do rio Itaúnas.
Num destes locais, na orla do rio Itaúnas, o proprietário, Baianinho, que também gosta de alimentar o passaredo com canjiquinha, percebeu que a rua estava ficando marcada por tampinhas de cerveja e, a maioria delas estava sendo atirada dentro do rio.
“Vimos que não importa se os outros estão jogando lixo no Itaúnas. Não podemos obrigar ninguém a ser limpo, mas decidimos mudar a mentalidade de nossos funcionários, quase todos familiares e colocamos um recipiente exclusivo para a coleta desse material na porta do bar. Em poucos dias, já acumulamos mais de 500 tampinhas de cerveja e refrigerante, material que poderia estar poluindo o Itaúnas”, comemora Baianinho.
Parâmetros – O Ministério da Saúde considera três níveis de incidência acumulada das quatro últimas semanas dos casos de dengue: baixa (menos de 100 casos/100 mil habitantes), média (de 100 a 300 casos/100 mil habitantes) e alta (mais de 300 casos/100 mil habitantes). A taxa de incidência é um importante indicador de alerta e ajuda a orientar as ações de combate à dengue. (Weber Andrade com informações da Sesa/ES)