A Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo (EFMES), programada para começar a ser construída no início de 2020, vai passar por Barra de São Francisco, onde terá uma Unidade de Transbordo e Armazenamento de Carga (Utac). A nova linha férrea vai ligar o Centro Portuário São Mateus (CPSM) à cidade de Sete Lagoas (MG). Segundo o jornal Tribuna do Cricaré o CPSM deverá começar a ser construído no ano que vem. Esse megaporto multicargas da Odebrecht será construído pela Petrocity Portos com recursos da ordem de R$ 10 bilhões.
Por essa ferrovia serão transportados containers, grãos, celulose, produtos siderúrgicos, carnes, frutas, laticínios, veículos e rochas ornamentais como o granito. O investimento previsto, somente para a implantação da EFMES, é de R$ 6,5 bilhões.
O prefeito de Barra de São Francisco, Alencar Marim, disse que tem conhecimento do projeto há alguns meses, quando foi procurado pelo empresário Bruno Zanet, um dos parceiros do empreendimento e que tem negócios na área do granito no município. “Para nós será um empreendimento de altíssima importância, pois irá mudar o modelo atual de exportação do granito, preservando nossas estradas, além de trazer mais empregos e renda para a população”, comentou Marim.
Projetada com o objetivo de compor o quadro de modais do complexo portuário que a Petrocity Portos S/A, juntamente com a afiliada CPSM e parceiros como a empresa Marmi Bruno Zanet, construirá em São Mateus (ES), a EFMES ligará o porto Petrocity/CPSM à cidade de Sete Lagoas (MG), passando por Barra de São Francisco – único município a receber uma Utac no Espírito Santo -, Governador Valadares, Santa Maria de Itabira, Aeroporto de Confins e chegando a Sete Lagoas.
Ao conjunto dos modais marítimo, ferroviário, rodoviário e aeroviário denominou-se Plataforma Logística Sudeste (PLS), que prevê a inclusão, no modal marítimo, de serviços de cabotagem, configurando o complexo portuário Petrocity/CPSM como o projeto líder no Brasil capaz de aglomerar todos os modais logísticos na mesma plataforma e estar localizado na região sob influência dos incentivos fiscais da Sudene.
Na outra extremidade da EFMES, a ferrovia foi projetada para chegar na Utac de Sete Lagoas (MG) e integrará o polo industrial NEXT localizado dentro dos limites do megapolo industrial Vetor Norte, criado pelo Governo Estadual de Minas Gerais.
“A EFMES tem o propósito de ser uma ferrovia limpa, já que não será permitido o transporte de cargas que lançam material particulado na atmosfera como minério de ferro, calcários e similares, além de outros poluentes. Será o eixo logístico de exportação e importação de cargas diversas para todos os estados da região centro-oeste, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, afetando positivamente os índices da balança comercial das regiões sudeste e centro-oeste e consequentemente do Brasil”, informa o site Geo5 Logística.

Seminário – No último dia 22 de novembro, o diretor-presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva, o projeto de instalação de ferrovia. A apresentação aconteceu durante o Seminário Plataforma Logística do Sudeste, realizado no auditório da Faculdade Vale do Cricaré (FCV). Também participaram do seminário profissionais que devem participar da instalação, empresários, autoridades políticas, entre outros.
José Roberto explica que já foram iniciados os estudos para a elaboração do projeto. “Esperamos, agora, com esse seminário e próximas reuniões que vão ocorrer nas duas primeiras semanas de dezembro, estarmos apresentando, antes da virada do exercício, no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), os relatórios que foram solicitados para que o processo possa dar seguimento e serem encaminhados para o Ministério dos Transportes para inclusão no Plano Nacional de Logística”, esclarece.
Conforme relatou, pretende-se também integrar os modais rodoviário, ferroviário e portuário visando efetivamente acabar com a demanda reprimida de carga, interiorizar a economia e fazer com que as unidades de transbordo sejam instaladas em quatro pontos diferentes ao longo dessa ferrovia.
Sobre a instalação do Centro Portuário, ele lembrou que as obras estão previstas para começar em 2019, não precisando data, pois ainda aguarda a liberação de licença ambiental. Ele destaca que as empresas que efetivamente participarão da instalação já foram contratadas. Segundo José Roberto, o empreendimento deve gerar 3.000 empregos diretos beneficiando São Mateus e municípios vizinhos. (Weber Andrade com informações de Geo5 Logística, Tribuna do Cricaré e Prefeitura de Governador Valadares)