A onça parda, também conhecida como puma concolor e sussuarana e sua prima, onça pintada, estão em vias de extinção. Espécies de felídeo presente em todos os biomas do cerrado brasileiro e também na Mata Atlântica, elas são alvo de um projeto de preservação pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio).
A onça parda existe também na região noroeste capixaba e leste mineiro. É um animal carnívoro e predador de cervídeos, porém, é um predador oportunista, consumindo animais de acordo com a disponibilidade no ambiente, podendo se alimentar de répteis, aves, peixes e insetos.
Estudos têm apontado certa preocupação com essa espécie, pois a mesma está ameaçada de extinção devido à degradação de seu habitat natural, obrigando-as a saírem desses habitats sem nenhum recurso alimentar, como consequências essas onças passam a procurar alimentação em criações de bovinos e, como resultado, os fazendeiros desinformados acabam matando esses animais como solução para este problema. Outro fator seria a caça clandestina.
Ainda faltam estudos que detalhem significativamente as causas e consequências da diminuição da população de onças-pardas. Sendo que o número de pesquisas envolvendo a onça pintada é bem maior do que pesquisas envolvendo a puma concolor. Um maior percentual de pesquisas ajudaria a encontrar soluções para que a espécie não seja extinta.
Onça pintada – A população do maior felino das Américas está caindo. A onça pintada, um carnívoro que pode chegar a até 135 kg e 75 cm de altura, já é considerada oficialmente extinta nos Estados Unidos e está sob ameaça em outros países. No Brasil, a espécie é vulnerável, mas o status de avaliação muda conforme o bioma no qual ela vive. A situação é mais delicada na caatinga, onde ela está criticamente ameaçada de extinção.
Na região noroeste capixaba existem vários relatos de aparecimento de onças, mas nenhum sobre a onça pintada. O Instituto Federal de Educação do Espírito Santo (Ifes), por exemplo, “batizou” o local onde está sendo construído o campus, no Valão Fundo, de “Rota de Onça”. De acordo com relatos dos alunos e servidores, uma onça tem “passeado” pelo local constantemente.
Na região de Cachoeirinha do Itaúnas também existem relatos de aparecimento de onças no local. O assunto é comentado aos domingos pelos voluntários do projeto de preservação e recuperação de nascentes do rio Itaúnas.
Em novembro do ano passado, em Mantenópolis, foram detectados rastros de onça e encontrados animais mortos e parcialmente devorados e o felino chegou a ser visto por várias pessoas. Um homem chegou a dizer que quase foi atacado por uma onça parda, na zona rural do distrito de São José.
Espécies em extinção – A onça pintada e a arara-de-lear fazem parte das 1.173 espécies que vivem sob risco de extinção no Brasil. A caatinga abriga 182 desses animais – 46 são espécies endêmicas, ou seja, só existem neste lugar do mundo.
Para ajudar na preservação da onça pintada na caatinga, o governo federal criou em abril de 2018 o Parque Nacional do Boqueirão da Onça, com 347 mil hectares, e a área de proteção ambiental (Apa), de 505 mil hectares.
A presença deste tipo de felino no Boqueirão da Onça foi descoberta somente em 2006. Até então, acreditava-se que apenas a onça-parda (Puma concolor) vivia na região e que a pintada se restringia a outras áreas de caatinga.
A comprovação da existência desta espécie naquele local específico fez com que o pedido de criação do parque nacional ganhasse mais força – uma discussão que já se arrastava há pelo menos 14 anos. (Weber Andrade com G1)