Um homem de 37 anos, identificado como José Antônio Basto, foi condenado a 42 anos de prisão pelo Tribunal do Júri, e conseguiu driblar a segurança e fugir pela porta da frente do fórum de Nova Venécia, no Norte do Espírito Santo, na noite desta segunda-feira (3). De acordo com a Polícia Militar no momento que estava ocorrendo a votação do caso, o réu se misturou com parentes e conhecidos e saiu pela porta principal do fórum, entrando em um automóvel Toyota Corolla de cor preta, que fugiu sentido rua Colatina [ em Nova Venécia].
A informação foi confirmada por A Parresia, por meio de fontes que trabalham no edifício da Justiça. O homem, que é considerado foragido, é o mandante do assassinato da servidora pública Nauva Bening, de 34 anos e do filho dela mais velho, Vitor Bening, de 18 anos. O crime ocorreu em 2016, em Vila Pavão.
Na época do crime, Nauva e José Antônio estavam separados. O mandante do duplo homicídio já tinha uma outra família, mas não aceitava que Nauva se relacionasse com outra pessoa. O filho mais velho de Nalva intervinha nas agressões que a vítima frequentemente sofria de José Antônio, e por isso, segundo a condenação, também foi executado.
A reportagem demandou posicionamento da Polícia Civil, Polícia Militar e do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). A Polícia Militar informou, por nota, que se “deslocou ao fórum de Nova Venécia, onde ocorria um júri popular nesta segunda-feira (3). Segundo informações, no momento que estava ocorrendo a votação do caso, o réu se misturou com parentes e conhecidos e saiu pela porta principal do fórum, entrando em um automóvel Toyota Corolla de cor preta, que fugiu sentido rua Colatina; De imediato foi informado ao juiz da vara criminal que presidia o julgamento, ao promotor de justiça e aos oficiais de justiça. O acusado não estava na cela por medida de precaução e nem estava algemado, ele encontrava-se no corredor atrás da cozinha próxima ao salão do júri. Foi informado também que o juiz já inseriu no sistema nacional que o réu, é foragido da justiça e foi condenado a mais de 40 anos de prisão. Buscas foram realizadas, mas sem êxito em localizar o fugitivo”. A Polícia Civil não respondeu aos nossos questionamentos e o TJES ainda não deu resposta.
O QUE DIZ A DEFESA
Procurada por A Parresia, a advogada Jaqueline Cazotti dos Santos, disse que foi contratada ” exclusivamente para fazer o Júri”. No entanto, a reportagem apurou que Jaqueline patrocinou um pedido de habeas corpus a favor do foragido José Antônio Basto em agosto deste ano. O pedido foi negado pelo desembargador Pedro Valls Feu Rosa. Ao ser questionada pela reportagem, Jaqueline disse: “A impetração do Habeas Corpus foi uma medida prévia ao ato em si da defesa do Júri”.
A advogada disse ainda que não teve contato com o foragido após a fuga, que desconhece quem deu fuga ao mandante do duplo homicídio e que não é “dona das escolhas dos outros”.
Aparresia