Às vezes, temos um probleminha de saúde que, por comodidade, tratamos em casa. Por exemplo, a ressaca depois de uma noite de embriaguez, a indigestão após uma refeição pesada, uma picada de mosquito ou um simples arranhão na pele.
Em um passado não muito distante, tratamentos homeopáticos eram muito comuns no Brasil, principalmente em cidades do interior ou no meio rural, até mesmo por falta de condições de visitar um médico.
Na verdade, até hoje, as pessoas mais “antigas” ou mais humildes que moram no campo ou mesmo na cidade, em vez de apelar a remédios, preferem utilizar plantas e ervas, muitas delas criadas em casa ou no jardim. Usadas de modo apropriado, elas podem ajudar a amenizar dores e mal estar.
Alys Fowler, horticultor e ex-apresentador do programa Gardener’s World (“Mundo do Jardineiro”, em tradução livre), da BBC, e autor de um livro sobre plantas medicinais, escreveu uma coluna para o jornal britânico “The Guardian” explicando como aliviar algumas das doenças mais comuns usando apenas plantas.
Por incrível que pareça, são plantas que abundam na nossa região e são bem conhecidas de nossos pais ou avós. Mas é bom lembrar que essas dicas são úteis para tratar problemas menores. Caso você se sinta em dúvida ou se o problema persistir e se tornar mais grave, é sempre melhor consultar um médico.
Além disso, como afirma Fowler, antes de usar qualquer planta para fins medicinais, é importante identificá-la corretamente, em especial se você a tirou de algum localidade silvestre.
Se você tem dúvidas, é melhor não utilizar a planta, porque pode se tratar até de uma espécie venenosa.
Nesta reportagem, mostramos as dicas do inglês, para cortes leves, arranhões e feridas superficiais e também dores musculares, contusões e inflamações.
Nesses casos, Fowler recomenda fazer um emplastro (esmagando as folhas e, em alguns casos, as raízes da planta limpas) de tanchagem (Plantago major) e tanchagem-menor (Plantago lanceolata), também conhecida como língua-de-ovelha ou trançagem, erva rasteira bastante comuns na nossa região. Essa pasta, diz o horticultor, ajuda na cura da ferida e também alivia a coceira produzida por insetos.
Mas nossa reportagem recomenda também outra planta fácil de encontrar – a arnica – e, talvez, até mais eficiente do que a “tanchagem”.
Arnica é o nome popular da espécie vegetal de nome científico Arnica montana, uma planta originária das montanhas da Europa e da Sibéria, utilizada há muitos séculos na medicina alternativa para o tratamento da dor e inflamação de diversas condições.
Devido à cor amarela de suas flores e à semelhança de suas pétalas com as pétalas da margarida, a arnica também é chamada de “margarida da montanha”.
A pomada de arnica, seu gel ou mesmo a aplicação de folhas sobre a pele são as alternativas mais empregadas para obter os benefícios terapêuticos da planta. Entretanto, a arnica também pode apresentar efeitos indesejados, por isso, seu chá deve ser usado com muito cuidado.
Ela pode ser usada para tratar dores musculares, contusões, dor nas articulações, inchaço e inflamação.
A arnica é comumente usada para tratar contusões, por isso é popular entre as pessoas que passaram recentemente por cirurgia, especialmente a cirurgia plástica. Embora a pesquisa científica seja inconclusiva sobre os benefícios da arnica e para que serve, a pomada de arnica, seu gel e chá conhecidos por ajudar no combate a dor e tratamento de hematomas na pele. (Weber Andrade com informações de G1 Ciência e Saúde, BBC e site Eecycle)