O proprietário rural Gilmar Xavier da Silva pode estar perto de concretizar o sonho de fazer uma barragem no lado sul da sede de sua propriedade, no córrego da Peteca, região do Itauninhas. Ele e os demais produtores rurais da região a montante do rio Itaúnas deverão ser os primeiros beneficiados com o Projeto Barraginhas, que está sendo implantado no município por intermédio da Secretaria Municipal de Agricultura (Semag), em parceria com o governo do estado e tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Segundo informações obtidas pelo site O Contestado, o secretário municipal de Agricultura, Samuel Teixeira, agendou para o próximo dia 17, uma reunião com os produtores rurais daquela região para falar sobre o projeto e cadastrar os interessados.
No dia 11 de outubro a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Seama) anunciou a transferência de R$ 600 mil para o Incaper, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). O recurso será utilizado para a realização da capacitação, transferência de tecnologia e implantação do Projeto Barraginhas, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Além das ações do projeto de transferência de tecnologia, será viabilizado, via Fundágua, R$ 1 milhão para aporte a esses municípios. Cada prefeitura irá receber R$ 100 mil, para utilizar com o combustível durante o período de implantação das barraginhas e, em contrapartida, irá viabilizar uma retroescavadeira para a realização das intervenções. O objetivo é implantar 13,2 mil barraginhas em três anos, ou seja, 440 barraginhas por ano em cada município.
O projeto – Além de Barra de São Francisco, o projeto contemplará Água Doce do Norte e Ecoporanga, na região noroeste capixaba na primeira fase.
Os municípios priorizados no projeto serão alguns dos mais atingidos pela crise hídrica dos últimos anos: Ecoporanga, Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Nova Venécia, Rio Bananal, Sooretama, São Roque do Canaã, Itarana, Atílio Vivácqua e Santa Leopoldina.
O projeto tem como objetivo possibilitar a transferência e disponibilização da tecnologia social “barraginhas”, por meio de ações de capacitações, adoção e multiplicação da tecnologia em microbacias do Espírito Santo. Serão implantadas pelo Incaper, em 24 meses, 12 unidades de referência, que irão servir de modelo para os municípios.
“A tecnologia é simples, de fácil aplicação e se adapta a diferentes realidades. Não importa se a propriedade é maior ou menor: todas podem lançar mão das barraginhas para manter a água na propriedade e evitar que ela escoe, que se perca. O papel do Incaper é de atuar como um facilitador na transferência dessa tecnologia, permitindo que o produtor rural de base familiar do Espírito Santo tenha acesso às barraginhas”, disse a extensionista do Incaper que coordena os trabalhos, Cíntia Bremenkamp.
As diversas etapas de transferência de tecnologia do projeto incluem ações de capacitação e multiplicação da tecnologia. Inicialmente, o público-alvo são servidores estaduais, agricultores familiares, alunos de Escola Família Agrícola (EFA), técnicos das prefeituras e membros dos comitês/agências na área contemplada pelo projeto. Após a conclusão do projeto, a tecnologia será de conhecimento na região, podendo já mostrar seus resultados para a população local como para outras pessoas que queiram replicá-la. (Weber Andrade com Secom/ES)