A ideia não é nova, já vinha sendo utilizada pelo prefeito anterior, Alencar Marim (Podemos), mas, na atual gestão de Enivaldo dos Anjos, os rejeitos de rochas ornamentais, que abundam em Barra de São Francisco, ganharam destaque e já proporcionaram a reforma e/ou construção de mais de 50 pontes e bueiros, além de vários muros de arrimo, no município.
A última utilidade encontrada para os rejeitos, ideia do prefeito Enivaldo dos Anjos, foi divulgada em primeira mão pela nossa reportagem no início de agosto deste ano: A implantação de represamentos parciais (minibarragens) ao longo do leito dos rios para servir de berçário e criadouro de peixes e aumentar o volume de água, mesmo em períodos de seca, eliminando também o mau cheiro provocado pelo esgoto que ainda é despejado nos rios.
O primeiro teste foi feito pelo próprio prefeito da cidade e o resultado foi animador: os peixes se reproduziram e, em 120 dias, foram pescados, da sacada da varada da casa onde ele mora, exemplares adultos de tilápias com mais de 500g de peso. Agora, o mesmo modelo será utilizado no curso dos dois rios que cortam o perímetro urbano para devolver a vida aos mananciais.
O prefeito Enivaldo dos Anjos teve a ideia quando determinou, nos primeiros dias de seu governo, a limpeza geral da calha dos dois rios que cortam a cidade – o Itaúnas e o São Francisco. Nos fundos da casa onde ele mora, no bairro Vila Landinha, passa o Itaúnas. Logo depois de uma represa de captação de água para tratamento ele mandou colocar pedaços de blocos de granito e criar uma retenção na água.
“Por lembrança dos tempos de menino eu tomei essa iniciativa ao ver o rio morrendo. Me lembrei que nos locais onde a água era represada formavam-se pequenos poços e os peixes faziam tocas para procriar na parede dos rios. A gente aqui chama de loca. E foi isso que aconteceu. As tilápias apareceram e começaram a se reproduzir. A gente joga ração a partir da varanda e elas se juntam”, disse o prefeito.
Agora, a ideia é difundir o modelo e o prefeito já determinou à secretária de Meio Ambiente, Lislei Batista, que também é bióloga, que cuide do projeto. “Nós vamos acabar com o pouco que ainda existe de esgoto atirado nos rios (a Cesan, companhia de saneamento que explora o serviço no município, informa que ainda falta 11% do esgoto para ser tratado) e vamos criar essas pequenas represas. Isso vai servir também para conter a velocidade da água e permitir o depósito de sedimentos e desenvolvimento de plantas aquáticas que alimentam os peixes. Se necessário, vamos soltar alevinos para acelerar o processo”, disse Enivaldo. (Da Redação com José Caldas da Costa)