Weber Andrade
A Prefeitura de Barra de São Francisco deverá publicar uma “nota de esclarecimento” ainda hoje, 15, sobre um áudio vazado pelo inspetor penitenciário Pedrinho Godoy nas redes sociais esta semana, denunciando um suposto esquema de realização de exames a pedido de vereadores da base de apoio ao prefeito Alencar Marim, no Legislativo Municipal.
Pedrinho Godoy, que foi condenado pelo Tribunal de Contas do Espirito Santo (TCEES) por recebimento indevido de horas extras na gestão anterior, de Luciano Pereira (veja mais aqui) tem sido uma “pedra no sapato” de Marim desde o início da atual gestão, sempre usando pessoas ligadas ao prefeito anterior até para forjar denúncias, como o foi o caso da merendeira de uma escola municipal que acabou sendo processada administrativamente por suspeita de fraudar a merenda escolar a fim de prejudicar a administração.
No áudio, feito por uma servidora que é ligada ao grupo dos Pereira, o secretário municipal de Saúde, Zulagar Dias Ferreira, conversa com a servidora e afirma que está atendendo aos vereadores por determinação expressa do prefeito Alencar Marim.
O assunto é muito polêmico na cidade, uma vez que uma das primeiras ações de Marim na área de Saúde foi proibir a secretaria de atender pedidos diretos dos vereadores de oposição e situação. Na época a Unidade Básica de Saúde do centro, que agrega vários serviços, era “comandada” pelos vereadores ligados ao prefeito Luciano Pereira e ninguém conseguia consultas ou exames sem passar por eles.
Chateado com a situação, o prefeito disse ter conversado hoje, 15, com o secretário e exigido uma resposta à sociedade, uma vez que ele alega não ter conhecimento da situação. “Vamos publicar uma nota com a versão do secretário e tomaremos posição no decorrer da semana”, disse o prefeito.
O assunto pegou de surpresa a administração, uma vez que Zulagar teria sido convidado para assumir a Secretaria Municipal de Saúde justamente para “colocar ordem na casa” e teve, inclusive, um entrevero com o vereador Rafael Malaquias, em junho deste ano, por não aceitar privilégios na secretaria.