Com pelo menos três representações por quebra de decoro parlamentar pedindo a cassação do mandato dos vereadores envolvidos, a Câmara Municipal terá muito trabalho nesta segunda-feira, 10.
Na sexta-feira, 7, foram protocoladas duas representações, contra os vereadores Admilson Brum e Wilson Pinto das Mercês, o Mulinha. Segundo informações passadas à reportagem do site ocontestado.com, também existe uma representação contra o vereador José Valdeci de Souza, mas não conseguimos apurar qual a acusação.
Contra o vereador Admilson Brum, pesa uma sindicância da Prefeitura, onde ficou apurado que o mesmo recebeu indevidamente mais de R$ 34 mil, como “Assessor de Relações Públicas” da Prefeitura, enquanto trabalhava na rádio do então prefeito Luciano Pereira.
Dibrum, como é mais conhecido na cidade, recebia o salário da Prefeitura para divulgar eventos e projetos da administração, mas seu local de trabalho era a rádio, como o próprio admitiu. O pedido de quebra de decoro parlamentar deverá ser lido na Casa, na sessão ordinária desta segunda-feira.
Contra o vereador Wilson Mulinha, a acusação é ainda pior, e envolve uma prática totalmente incompatível com o decoro exigido dos políticos em geral.
O documento protocolado na Câmara Municipal aponta que o atual vereador, em agosto de 2017, para receber o seguro e livrar o filho de problemas judiciais, assumiu estar pilotando o veículo de sua propriedade, durante uma colisão na avenida Jones dos Santos Neves.
O filho do vereador, David, assumiu diante da seguradora e da Polícia Militar, que era o motorista do veículo no momento do acidente. No entanto, posteriormente, o vereador teria assinado os documentos da seguradora como se ele próprio fosse o motorista.
Em razão da gravidade do ato, o jornalista Weber Andrade entrou com pedido de suspensão imediata do mandato do vereador, como medida cautelar, sem prejuízo do julgamento pelos seus pares e pela Justiça, uma vez tal ato pode ser punido com até cinco anos de prisão.
Casa também deve pedir afastamento
de vereadores ligados à administração
O burburinho pelas ruas da cidade vem aumentando a cada dia, muita gente desinformada, mas acreditando que a Câmara de Vereadores tem poder para afastar o prefeito Alencar Marim do cargo devido à denúncia de favorecimento a alguns vereadores da base aliada, na marcação de exames e consultas na Unidade Básica de Saúde Alvino Campos, no Centro.
Diante da situação, os vereadores que tiveram seus nomes divulgados em uma folha de papel, por uma funcionária da Saúde, já estão se mobilizando na Justiça para frear a tentativa dos vereadores de oposição, que tentam afasta-los do cargo para que seja votado o pedido de abertura de CPI contra o prefeito e o ex-secretário municipal de Saúde, Zulagar Dias Ferreira, pivô do escândalo.
Na próxima sessão ordinária, nesta segunda-feira, 10, os vereadores de oposição devem entrar com o pedido de CPI e do afastamento de quatro vereadores para votar a abertura da comissão.
“Eu e meus colegas já estamos nos resguardando, acionando previamente a Justiça, pois não há nada que comprove que nós estávamos passando à frente dos outros nos pedidos de exames e consultas. “Aquilo (a planilha exibida na denúncia) pode ser feita com o nome de quem eles (os denunciantes) desejarem, mas não tem nenhuma assinatura nossa, nenhum “bilhetinho” pedindo nada, como acontecia na gestão anterior, aos quais os denunciantes são ligados”, disse um dos vereadores.
Por outro lado, a defesa do prefeito Alencar Marim também já está se preparando contra um possível ataque dos vereadores de oposição, que dominam a Mesa Diretora da Câmara.
“Não temos nada a temer, nunca pedimos atendimento personalizado a vereadores ou quem quer que seja, na Saúde e nem em outros órgãos da administração. Essa prática, que era comum na gestão anterior foi derrubada por nós desde o início do mandato. Os vereadores, não apenas os de situação, mas os de oposição também, estão sempre pedindo ajuda para seus eleitores no setor de Saúde, mas nós determinamos que o critério de atendimento seja sempre a urgência, a necessidade de cada usuário”, disse Alencar. (Weber Andrade)
Só tem pilantra.