O empresário Renivaldo Andrade, da Granales, empresa do setor de mineração localizada no córrego da Sapucaia, região de Paulista, em Barra de São Francisco, relata que sua empresa teve várias dificuldades neste primeiro semestre, principalmente, relacionada à exportação, devido à pandemia da Covid-19. “A alta do dólar e sua oscilação, as dificuldades de contato pessoal com os clientes, acabaram prejudicando e trazendo prejuízos, tivemos, inclusive que promover demissões”, relata.
A situação de Renivaldo é a mesma enfrentada por quase todas as empresas do setor, grandes, médias ou pequenas, por causa do coronavírus. “Agora em junho começou a ter um ligeiro aquecimento, a construção civil começou a reagir, o que nos dá esperança de dias melhores neste segundo semestre”, afirma o empresário.
A expectativa é a mesma dos empresários do setor de rochas ornamentais, de uma retomada gradual das exportações até o final do ano. Os mercados externos estão em processo de retomada, saindo da pandemia. Apesar disso, os números finais do ano ficarão abaixo daqueles obtidos em 2019.
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Segundo dados das exportações no setor de rochas divulgado pelo Sindirochas e Centrorochas, a pandemia, aparentemente e até agora, afetou as exportações do setor menos do que se esperava. Apesar do resultado ruim em junho, o acumulado do ano (primeiro semestre) apresentou números que, considerando expectativas iniciais frente a situação que o mundo está passando por conta da pandemia, declarada em março, não alcançaram, de forma geral, as previsões.
Comparando o primeiro semestre de 2020 com o mesmo período de 2019, as exportações de rochas ornamentais no Espírito Santo caíram 18,1%, atingindo US$ 327 milhões, frente a US$ 399 milhões em 2019. As exportações de rochas do país caíram 18,7%. Percebe-se que o Estado sentiu um pouco menos a crise, apresentando uma redução menor do faturamento das exportações.
O fechamento do primeiro semestre evidenciou que houve um aumento do volume (peso) exportado em blocos e uma queda do preço médio das rochas (-13,2%). O alto preço do dólar pode ter compensado uma queda nas vendas, ainda que o preço médio das rochas tenha diminuído.
O Espírito Santo, no primeiro semestre de 2020, foi responsável por 82,2% das exportações de rochas ornamentais do país. O Estado capixaba concentra cerca de 90% de suas exportações em chapas e produtos acabados, que são bens de maior valor agregado, apesar de ainda exportar blocos.
No mercado interno houve queda no setor principalmente nos meses de março e abril, mas sentida de forma diferente por cada empresário. Uns relatam queda maior no sul do país, outros no Nordeste (onde houve relato de redução de mais de 80% do mercado em abril nas vendas para o Nordeste). Eles informam que nas obras que se iniciaram antes da pandemia não tiveram paralisação. Maio e junho foram meses de queda menor. (Weber Andrade com informações do Sindirochas/Centrorochas)