A Barragem Everaldo Bianquini deverá ser inaugurada até o final deste mês, com a presença do governador Renato Casagrande. A informação é do subsecretário de Infraestrutura Rural da Seag, Rodrigo Vaccari, que fez questão de tranquilizar a população sobre a segurança da obra. Nos últimos dias, um boato surgiu na região, sobre um possível problema de vazamento na barragem deixando preocupados os produtores rurais. O líder do Comitê de Defesa da Bacia do Rio Itaúnas, José Carlos Alvarenga, o Carlinhos, disse à nossa reportagem que os boatos têm preocupado a comunidade. “Estão dizendo que a barragem não foi inaugurada ainda porque o engenheiro da Seag não teria assinado o laudo de conclusão”, disse Carlinhos.

De acordo com Vaccari, a população pode ficar despreocupada quanto à segurança da obra. Ele disse que a ideia era inaugurar a mesma no dia 4 de outubro, quando se comemora o aniversário da cidade mas não foi possível devido à agenda do governador. “Conversamos com o engenheiro hoje (5 de novembro) e ele assegurou que não há risco de danos à barragem. Há, na verdade, uma pequena infiltração perto do vertedouro, mas que pode ser do próprio terreno e não afeta a obra. No mais, a barragem tem garantia de três anos, no mínimo e está sendo monitorada pelo Governo do Estado, assim como todas as barragens do Estado. Se houver algum problema, a empreiteira terá que corrigir”, informa.
Vaccari salientou ainda que a maior preocupação dele hoje é com o uso da barragem como balneário, uma vez que não há salva vidas no local e há risco de afogamento. “A obra deve ser entregue à Prefeitura assim que for inaugurada e vamos sugerir ao prefeito Alencar Marim que providencia medidas de segurança para uso da mesma, em parceria com empresários que queiram explorar o local como área turística”, finalizou ele.

Segurança – A barragem de água, como a do rio Itaúnas, tem equipamentos próprios para promover a vazão do excesso de água, em caso de grandes volumes de chuva, como o monge e o vertedouro. De acordo com técnicos da Seag, para que a água passe por cima da “crista” da barragem, que terá seis metros de altura, seria necessária uma chuva como nunca aconteceu nos últimos 100 anos.
Mesmo que chovesse mais de 200 milímetros em curto espaço de tempo, a barragem teria como escoar o excedente de forma segura. E mesmo se houvesse um rompimento, todo o volume de água da represa não causaria enchente em Barra de São Francisco, pois ela se espalharia por mais de 600 hectares de várzeas, ao longo dos 16,5 quilômetros entre a barragem e a Sede. Além disso, o desnível – diferença de altura – entre a barragem e a Sede é de apenas 25 metros e a água chegaria aqui com no máximo 2,5 centímetros de altura.

Barragem de terra – O fato de a barragem não ser feita de concreto, segundo os técnicos da Seag explicaram é porque a barragem de terra é mais segura para o local
A obra custou de R$ 1,360 milhão com a inundação de cinco hectares de área (o correspondente a cinco campos de futebol), permitindo o acúmulo de 100 milhões de litros de água como reserva estratégica para a segurança hídrica de Barra de São Francisco, como acentua o deputado Enivaldo dos Anjos.
“A obra beneficia a toda a região, garantindo reforço para os tempos de estiagem, para uso na agricultura e no abastecimento humano. Tivemos que aprender com a última estiagem que castigou, principalmente, as regiões norte e noroeste do estado”.
De acordo, ainda, com o parlamentar cada represa dessas conquistada “é um passo no sentido de contribuir para o enfrentamento das crises hídricas que ocorrem cada vez em intervalos menores. Uma barragem não apenas garante acúmulo de água superficial, mas também abastece o lençol freático, permitindo o aumento de fluxo em nascentes da região”. (Weber Andrade)