Há quatro anos, mais precisamente no dia 18 de maio de 2017, falecia em Colatina, o empresário Acendino José Moreira, 87 anos, fundador da mais antiga loja de material de construção de Barra de São Francisco, a Moreira Material de Construção, além de ser apontado como o primeiro comerciante de aparelhos de TV do município, entre outras novidades, nas décadas de 60 e 70.
Nesta quinta-feira, 21, o prefeito Enivaldo dos Anjos (PSD) encaminhou para a Câmara Municipal um projeto de lei que denomina a futura rodoviária a ser construída em frente ao Barra Shopping, de Terminal Rodoviário Acendino Moreira, em homenagem ao empresário e sua família.
“Gostaríamos de prestar homenagem a uma pessoa que muito contribuiu para o crescimento do município, o senhor Acendino José Moreira, comerciante que, com sua persistência, inteligência, viu a cidade crescer, e melhor, fez parte desse crescimento, sendo referência no seu segmento. Sua família também vem dando prosseguimento à atividade comercial, gerando emprego, renda e contribuindo para um crescimento forte e contínuo deste município”, justifica o prefeito.
E prossegue: “Além de comerciante, Acendino foi um cidadão exemplar de dignidade e honradez, o que nos move a propor essa homenagem.”
Para um dos filhos do empresário, Beto Moreira, que hoje administra a Moreira Material de Construção junto com o irmão mias novo, Márcio, a homenagem foi uma surpresa que emocionou toda a família.
“Não temos palavras para expressar nossa gratidão ao Enivaldo. Foi uma surpresa, ninguém estava esperando, mas faz justiça ao meu pai, que foi um grande empresário e nos ensinou a trilhar os melhores caminhos”, disse Beto.
História
Beto Moreira fala com orgulho do pai, que ensinou todos os filhos a trilharem o caminho do bem e a se tornarem empreendedores.
“Meu pai veio de Minas para cá, trabalhou como pedreiro, no início, mas logo mostrou sua visão empresarial e comprou uma carroça, para puxar areia e vender para as pessoas que estavam construindo”, relata.
Acendino logo abriria o próprio negócio, um barzinho – “desses de vender pinga mesmo,” conta Beto. Do barzinho ele evoluiu para um pequeno armazém de secos e molhados. Mas o negócio foi literalmente queimado pelos irmãos Jones – cujo nome seria em homenagem ao ex-governador capixaba que dá nome à avenida principal do município – e Beto, que foram brincar de queimar bombril, diversão muito comum naquela época. Tocaram fogo no armazém e obrigaram o pai a refazer a vida.
O incêndio aconteceu em 29 de junho de 1966, e o próprio Beto, conta como foi o sinistro. “O Jones fala que foi culpa dele, mas eu lembro, apesar de ter pouco mais de três anos, eu estava lá”, revela Beto aos risos, reivindicando sua parte na traquinagem.
Logo depois, Acendino, seguindo a vocação para o setor de construção civil, implantou a Distribuidora Moreira que depois mudaria o nome para Moreira Material de Construção, na esquina da rua Alceu Melgaço com a Jones dos Santos Neves, de onde se mudaram há pouco mais de um ano, embora o prédio continue pertencendo à família.
Acendino era casado com dona Maria da Penha Moreira, também já falecida e o casal teve oito filhos: Fanoel, Marlene, Marly, Toninho, Jones, Beto, Márcio e Márcia.
(Weber Andrade)